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Candy
Título Original
Candy
Realizado por
Elenco
Sinopse
Candy é uma jovem artista e Dan (Heath Ledger), um poeta. Os dois estão profundamente apaixonados. O amor entre os dois é tão grande que sentem que nada os pode separar. Toxicodependentes, vêem na droga uma extensão do seu estado de espírito partilhado e do seu amor. Mas à medida que se isolam e se afastam da realidade, a dependência aumenta e o desespero também. Sem dinheiro, conseguirão encontrar a salvação? Será o amor mais forte que tudo o resto?
PUBLICO.PT
Críticas Ípsilon
Críticas dos leitores
Devastação e sobrevivência
Rita Almeida (http://cinerama.blogs.sapo.pt/)
Candy (Abbie Cornish) e Dan (Heath Ledger) entram numa centrifugadora humana num parque de diversões. A lei natural da gravidade é desafiada ao som de "Song to the Siren" na voz de Paula Arundell e percebemos que a sua paixão está, também ela, liberta de leis. Responsabilidades e consequências não entram na equação da jovem pintora e do poeta. Candy e Dan estão viciados um no outro, e estão também viciados em heroína. Quando a droga e o dinheiro começam a escassear, dá-se início a uma espiral descontrolada, porque ela é a razão dos seus dias. "Candy", baseado no livro de 1997 de Luke Davies, co-argumentista, é uma história crua e brutal sobre o efeito devastador das drogas. Desde os estados idílicos assustadoramente sedutores (um deles musicado com "Sugar Man2, de Sixto Rodriguez) até à auto-destruição, passando pela dor da desintoxicação e pelo sofrimento impotente da família.<BR/><BR/>Mas "Candy" é também uma viagem de amor. Candy e Dan mantêm-se juntos através de todos os obstáculos, desde a invencibilidade até à completa fragilidade. Os pais de Candy acompanham, impotentes, a desintegração do futuro da sua filha, a mãe (Noni Hazlehurst) oscilanndo entre o receio e a crítica, o pai (Tony Martin) calando a dor. Todos eles passam pelo "Céu", pela "Terra" e pelo "Inferno" (as três partes em que o filme se divide) através de difíceis escolhas.<BR/><BR/>Neil Armfeld não doura a pílula nem lança julgamentos e num filme triste, perturbante e até repugnante, consegue a proeza de acordar em nós um profundo carinho por todas estas personagens desesperadas. Seria fácil desprezar Dan pela sua influência em Candy, mas Ledger, mostrando mais uma vez a sua versatilidade, evoca a compaixão que votamos às almas perdidas. Abbie Cornish, pelo seu lado, revela enorme entrega e honestidade na sua Candy. A química entre os dois é igualmente poderosa. Geoffrey Rush merece uma referência equivalente, como Caspar, um professor universitário de química, uma figura paternal para Dan e seu mentor no hedonismo das drogas.<BR/><BR/>A negação – constante – do impulso para o prazer destrutivo, resistir à sedução dos antigos demónios, a verdadeira redenção em "Candy" é recuperar o amor. Neste caso, o amor-próprio. E o ciclo fecha-se, quebrado, com "Song to the Siren", no original arrepiante de Tim Buckley. Nota: 7/10.
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