<p>Ela é incapaz de pronunciar Attenborough e fica-se pelo Attenberg. E é na companhia do pai que vê os filmes deste documentarista, imitando os sons dos animais filmados.<br />Aparentemente "Attenberg" quase nos leva a pensar que existe uma relação incestuosa entre Marina (a filha) e o pai. Nada disso. Fica tudo clarificado que, apesar de imaginar o pai nu, o "vê" sem o "êmbolo"...<br />São relações pouco convencionais, aquelas que encontramos neste filme. Se por um lado, há em cada um de nós uma face comportamental animal, pelo outro, a sociedade "ensina-nos" a corrigir essa "anomalia". Curiosa é a citação de Attenborough, durante a projeção do vídeo sobre gorilas, que gostaria de se identificar com estes animais...<br />Comparando com o inevitável "Canino", fica a faltar um pouco mais de molho picante para espevitar o filme, que mantém um ritmo lento - demasiado lento - desde o início. Temos, apesar de tudo, a oportunidade de ver um filme grego "curioso", e os filmes curiosos devem ser vistos e discutidos, para depois darmos a nossa opinião...</p>

<p>É um óvni grego que está destinado a ser amado (por poucos, possivelmente) ou odiado, por ser um filme nada convencional e sem sentido aparente (sobretudo por estar "trespassado", do principio até ao final, por coreografias efectuadas por 2 amigas - que funcionam como uma espécie de "separadores" - completamente "non sense"). É um filme que prefere confundir a esclarecer (não faz perguntas nem dá respostas), mas se conseguirmos ler nas entrelinhas talvez vejamos muita da história contemporânea da Grécia exposta metaforicamente (nomeadamente, o isolamento a foi lançada - o filme é povoado apenas por 3 personagens base, uma rapariga, o pai e a melhor amiga desta, sendo que as 2 primeiras não possuem contactos aparentes com o "mundo exterior", e a outra apenas tem relações fugazes e promíscuas; a sua morte lenta - personificada pela doença em estado terminal de que padece o pai -, e o comportamento esquizofrénico - grande parte imposto - dos seus habitantes).<br />A realizadora dá-nos as peças do puzzle, nós temos de montá-lo (se tivermos disponibilidade para tal).</p>

Não consigo deixar de ficar espantado: como é que porcarias destas (acabei de ver este filme) conseguem atravessar um continente e aterrar numa sala aqui.<br /><br />Calculo que lixo deste se possa incluir no rol de desperdícios em que a Grécia se tornou fértil...

<p>Porque a distribuidora é 'pequenina' e só tem uma cópia em 35mm. Primeiro Lisboa, depois Porto, depois o resto do país... <br /><br />C'est la (triste) vie.</p>

<p>Gostava de saber porque é que estes filmes não vêm para as salas do Porto, por exemplo para Teatro Campo Alegre?</p>