Uma frutuosa incursão de Mariaud por exteriores minhotos, os muitíssimo bem utilizados cenários naturais do romance de Júlio Dinis. Mariaud potencia a interpretação dos actores através de várias soluções de encenação em profundidade de campo e dá-nos neste filme a mais bucólica e ternurenta das três versões cinematográficos dos amores cruzados de Clara e Pedro, Margarida e Daniel. Os encontros ao entardecer entre os pequenos Daniel e Margarida e a cantiga ao desafio junto ao rio, entre Clara e Pedro, instalam-nos já no ambiente dos quadros de José Malhoa que Mariaud citaria explicitamente mais tarde em "O Fado".

Texto: Cinemateca Portuguesa