As Guardiãs
Título Original
Les Gardiennes
Realizado por
Elenco
Sinopse
Estreado no Festival de Cinema de Toronto, um filme assinado pelo actor, realizador e argumentista Xavier Beauvois (“Dos Homens e dos Deuses”, “O Preço da Fama”) que se baseia no romance homónimo escrito, em 1924, por Ernest Pérochon. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
Os corações da França
A I Guerra vista a partir das mulheres que ficaram, que asseguraram a continuação da economia familiar.
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3 estrelas
José Miguel Costa
A co-produção franco-suíça de Xavier Beauvois, "As Guardiãs", é um filme de época, em modo de crónica romanesca, que retrata o quotidiano rural das mulheres que substituíram os seus homens (país, maridos, filhos, irmãos) nos afazeres agrícolas após estes terem sido destacados para cumprir serviço militar no decorrer da Segunda Guerra Mundial.
Trata-se de uma obra solenemente clássica (que se foca numa enigmática matriarca que gere a propriedade com a ajuda da filha - e a enteada desta -, bem como de uma jovem órfã assalariada recém-chegada), e marcadamente feminista, que faz o elogio da força, espírito de sacrifício e estoicismo de quem ficou a "segurar as pontas" na rectaguarda do conflito (sem jamais se tornar vulgarmente panfletária), socorrendo-se para o efeito de um meticuloso rigor documentarista (os rituais campestres são explorados até ao ínfimo pormenor) e de uma estrondosa direcção de fotografia (que capta os "ritmos/especificidades", por mais banais que o sejam, num poético registo naturalista).
Só é pena que o realizador, ao incidir sobre uma perspectiva exclusivamente académica, tenha descurado a narrativa - essencialmente descritiva e excessivamente "arrastada" - para um plano de importância menor, transformando a película (metaforicamente falando) em algo semelhante à ruralidade que transcreve (ou seja, a paisagem magnificente pode até saturar a visão, os passarinhos chilrearem melodias de Beethoven e ar puro fazer os pulmões sorrirem, mas passado um tempo o aborrecimento acaba por instalar-se porque ... "não se passa nada").
Uma tarde num museu
Raul Gomes
Este três em um de Xavier Beauvois, como actor, argumentista e realizador, transporta-nos a uma época que nunca poderemos esquecer e é com obras destas que ficam na nossa retina. Magistralmente filmado, com um ritmo adequado aos anos em que decorre o filme, este deixa-nos parados em muitos e muitos frames, como se estivéssemos a admirar, a ver e a usufruir de pinturas do começo do século. Simplesmente impressionante a beleza e a simplicidade dessa época. Um só senão, ficamos com um amargo de boca, por o filme só ter 138 minutos, o que diz tudo do encanto em que se transformou esta sessão.
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