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Antes Que o Tempo Mude

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Drama 94 min 2003 M/16 14/04/2005 POR

Título Original

Antes Que o Tempo Mude

Sinopse

Laura não sabe o que fazer com a sua solidão. Envolve-se em múltiplos jogos de sedução, incapaz de voltar para casa sozinha, sem alguém com quem trocar afectos. Troca confidências com a irmã, Sara, repartem jantares, confidenciam medos. Laura sente que tem de mudar, sair do caos que a sua vida tem sido, ainda mais quando os filhos a surpreendem com um estranho na cama. Procura então a mãe, como quem tenta reconciliar-se. Sara também tenta, mas não consegue e acaba por se afastar daquela casa, onde a mãe e a irmã almoçam entre o amor, a crueldade e a ternura. E o tempo muda sempre, ainda que pensemos ser capazes de o impedir. O filme teve a sua estreia mundial no Festival Internacional de Cinema Independente de Buenos Aires, onde conquistou o Prémio da Crítica Internacional (FIPRESCI).

PUBLICO.PT

Críticas Ípsilon

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Luís Miguel Oliveira

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Ao menos tiveram o sol

Vasco Câmara

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Mário Jorge Torres

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Críticas dos leitores

Mas a polícia não vê isto?

Vladimiro Rocha

Juntamente com "Um Campista em Apuros", "O Homem do Dia", "O Tarzan do 5º Esquerdo", "Porto Santo" e mais um ou outro, este filme (?) do senhor Luis Fonseca é um serio candidato ao galardão de "pior filme português dos últimos 50 anos", o que, ao invés do que supor se possa, não é tarefa fácil. O filme (?) resume-se a uma sucessão de sequências em que a protagonista ou está na cama com a rapaziada, ou está numa espelunca nocturna a charrar e a beber bué, na companhia da mana que também não se anda a sentir nada bem. Para descogestionar de tanto orgasmo e tanto "shot", temos direito a uma sequência ecológica numa praia de nudistas em que somos brindados não com uma, mas as duas manas, peladas, em cabriolas inocentes. Como o realizador e o argumentista não são nenhuns "básicos marialvas machistas", há também um amigo que dá mergulhos com o rabo peludo e o pirilau a dar a dar.<BR/><BR/>Para a "obra" não se tornar monótona, há uma visita de Laura, a protagonista, ao pai, e outra à mãe. Manuela de Freitas e João Mota, pelas responsabilidades que têm, bem que nos podiam ter poupado a sequências tão constrangedoras. Restam duas inocentes crianças que não têm responsabilidades nenhumas nesta "desgraça", mas a quem eu, como financiador da obra através dos meus impostos, peço humildemente perdão. Classificação: 0... porque não posso dar menos.
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Amor descarnado

António Ricardo

O nu invade e corrói as personagens ao longo de toda a película. O resfolgar de dois corpos perdidos na escuridão inicia este conto citadino muito característico e sintomático dos nossos dias. É Laura que se enleia e entrega com volúpia sexual a um estranho. Um, entre outros, que Laura não consegue resistir, seduzida pelos prazeres carnais. Será esta a forma de esquecer a solidão em que vive mergulhada? Sua vida é partilhada com a irmã Sara (Mónica Garnel). Mais insegura e tímida que a irmã, Sara vive mais apreensiva com a vida que leva. Resta às duas se apoiarem mutuamente nos momentos de maior angústia. A acesa discussão com o antigo namorado António é o prólogo do fim da relação amorosa. Os gritos, o impasse e o sofrimento acabam num exalar sentimental de uma cena de sexo. O fruto desta relação são duas crianças: um menino e uma menina.<BR/><BR/>São estes que dão alento à ténue esperança na sua vida. Como retrato comum desta nossa sociedade, esta família está dispersa e refém de um amor incansável de Laura (Mónica Calle). As crianças alternam na casa do seu avô e de sua mãe. A ruptura da mãe de Laura dura há dois meses, mas há toda uma vida que se vem desmoronando. A felicidade tornou-se em Laura e Sara uma quimera sonhada e demasiado longínqua. Um dos escapes é a calma e o azul do mar. Neste local são libertados medos e criados mundos de fantasia e brincadeira para as crianças.<BR/><BR/>Laura ternamente apelida os seus filhos de "princesa" e "príncipe", sem esconder o seu corpo. Mas se tanto o instinto maternal se insurge nela, também este se desvanece quando procura na noite e seus bares o promíscuo de uma relação alheia. Nem o seu companheiro João consegue defender a consistência de uma relação. Tudo é efémero e desapegado na vida de Laura, que não consegue discernir entre prazer e amor.<BR/><BR/>Um dia, Laura resolve ir ter com a sua mãe que vive sozinha, numa atitude de reconciliação. Esta vive numa escuridão literal e triste, caminhando para uma senilidade resultante de um afastamento da sua família. Com diálogos vagos, Laura e mãe tentam fazer tréguas, entre sorrisos e abraços. Em vão. Laura abandona a casa apenas com um beijo e deixa a mãe num sofrimento inaudível, mas presente e profundo. <BR/><BR/>Luís Fonseca presenteia com um argumento contemporâneo e de uma beleza melancólica. As longas pausas remetem-nos para uma meditação de uma vida que nos entra pelos olhos como real. Nós, espectadores, tornamo-nos observadores presentes e confidentes do decorrer dramático da história, que tenta sobretudo fazer uma análise poética e sentida de fragmentos de uma vida, muito próxima de nós.<BR/><BR/>A praia torna-se o refúgio do nu, que tanto tem de luxúria como de belo. "Antes Que o Tempo Mude" é sinónimo de cinema, na verdadeira definição da palavra, e natureza da deterioração urbana em que os "anjos" se aprisionam. Classificação: três estrelas.
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