Amor em Sangue
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Críticas dos leitores
Amor em sangue
Fernando Oliveira
“O amor não é uma emoção subtil”, disse Rose Glass, a realizadora, sobre “Amor em sangue”; também é uma emoção violenta, ou que violenta as personagens, digo eu. Não são quase todos os filmes “negros”, filmes sempre violentos, encharcados pelo romantismo, por amores dolorosos e “loucos”? Como é uso nestas histórias há alguém que chega e há alguém que se apaixona por ele, depois tudo parece correr mal, o destino enleia os dois amantes numa teia que torce o presente e nega o futuro. Neste filme estamos no final dos anos oitenta, Jackie é uma fisiculturista a caminho de Las Vegas, pára em Crater, cidade fictícia no Novo México, e ela e Lou, a gestora do ginásio onde ela vai treinar, apaixonam-se. “Amor em sangue” tem assim duas "femmes fatale", embora uma o pareça menos que a outra: Lou está presa ao passado e ao presente da sua família, o pai (Ed Harris com uma aparência que nem vos conto) é um criminoso que controla a cidade, e a irmã é refém de um marido que a maltrata; e os esteróides que Lou dá a Jackie fazem-na passar da cabeça. A morte bate-lhes à porta, as duas mulheres têm de lutar pelo seu amor. Rose Glass dá ao filme uma ambiência “suja”, tão triste que entristece os personagens; mas que ao mesmo tempo é irrazoável e quase irónica. Insolente. Absolutamente delirante. Mas tudo contado com uma enorme sinceridade e de forma justa e com actores que se deixam entranhar pelas personagens. Isto dá ao filme uma leveza, uma ideia de desvario, em segundo plano que nos toca. Damos por nós a gostar muito daquelas duas mulheres. Bom filme.
Um romance intenso, intensamente filmado
Nazaré
O segundo feature da realizadora Rose Glass, o primeiro de Katy O'Brian como co-protagonista, junto com os não-muito-mainstream Kirsten Stewart e Ed Harris, talvez isso explique a pouca atenção que esta fita tem recebido. Injustamente!
Aliás, é seguro vaticinar que este vai tornar-se um filme de culto no mundo L: essencialmente, o que importa a quem fez a fita é mostrar todos os ângulos e altos e baixos duma relação amorosa entre duas mulheres, enquanto os homens, as mulheres straight, até a amante de ocasião, junto com o que pareceria ser a "história"*, são simples pano de fundo, cambiante é certo, mas fora da intimidade que elas vivem.
E essa intimidade é-nos oferecida em toda a sua triunfal e maravilhosa eloquência. *um membro da família violento paga com a vida, e nesta família-icebergue — bem mergulhada no submundo — há que remover os vestígios deixados e arranjar um bode expiatório. Outra coisa que adorei foi a capacidade de nos colocar, tão exactamente, nos eighties.
Tudo está feito com um cuidado e eficácia assombrosos. A começar pelo recurso a duas actrizes sáficas na vida real. Imagine-se o Incrível Hulk (há aliás uma alusão bastante explícita) apaixonando-se pela florzinha, mas no outro campo — fórmula XX.
Como esquecer este par? Kirsten Stewart, naquele cabelo preto, é um portento de emoção, enquanto a impressionante figura de Katy O'Brian (ironicamente alguém que na vida real se mantém au naturel, sem recurso a esteróides anabolizantes) é magnética, magnífica, mágica.
E ela estava, na altura das filmagens, a aguentar-se com a doença de Crohn, o que não é pêra doce (e não ajuda a ganhar músculo). Impressionante ao quadrado.
Freak e desconchavado
Martim Carneiro
Para além de bizarro, apenas para quem aprecia o género...1*
Bomba
Helena Serrao
O filme retrata aquela América do "white trash", selvagem e bruta. Surpreende-nos a cada instante, nunca sabemos como a coisa irá acabar, o trio de atores principais com Kristen Stewart, Ed Harris e a culturista em ascensão O'Brien são muito bons . Diverti-me. Original e imprevisto. Gostei mesmo.
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