Ainda Temos o Amanhã
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Sinopse
A italiana Paola Cortellesi, que é cantora desde o final dos anos 1980 e actriz desde o final dos anos 1990, estreou-se no ano passado na realização com esta comédia ao estilo neo-realista e a preto e branco que se tornou o filme italiano mais visto no país de origem em 2023. É também protagonizada por ela. Passa-se na Roma do pós-guerra, em 1946, e foca-se em Delia, casada, mãe de três filhos e cuidadora do sogro. Quando há um noivado e chega uma carta pelo correio, a sua vida é virada do avesso. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
Ainda Temos o Amanhã. Os homens ainda se querem brutos?
Percebe-se o enorme êxito em Itália de Ainda Temos o Amanhã, mas Paola Cortellesi nunca encontra o equilíbrio que procura entre a herança cinéfila e o filme de tema.
Ler maisCríticas dos leitores
Um Documento cheio de sensibilidade
Nelson Almeida
Dificilmente quem nasceu depois de 1970 poderá entender uma grande parte dos detalhes do enredo. Um retrato notável.
3 estrelas
José Miguel Costa
"Ainda Temos o Amanhã", primeira longa-metragem realizada (e, igualmente, escrita e protagonizada) por Paola Cortellesi, é uma comédia de estilo (semi) neorealista (pop), ambientada na Roma proletária do pós segunda guerra mundial (1946), que explora a narrativa das submissas mulheres-objecto, sem quaisquer direitos, vítimas de uma sociedade ultra-patriarcal.
A força deste filme feminista (algo "fell good"), que se revelou um estrondoso fenómeno de bilheteira em Itália (tendo, inclusive, ultrapassado o nº de espectadores de "Barbie"), advém do facto de ter a capacidade de introduzir eficazmente (e, por vezes, até de um modo original) humor e leveza no tratamento de uma temática "pesada" (por ex., as cenas de violência são coreografadas).
Realce-se, igualmente, a beleza pictorial da sua cândida imagem a preto e branco. O enredo foca-se no quotidiano de uma mulher que, apesar de levar constantemente na tromba por "dá cá aquela palha" e de ser uma "moura de trabalho" (intercalando a pesada lida da casa com outros pequenos "sete ofícios", com o objectivo de amealhar dinheiro para dar ao marido), mantém-se invariavelmente com um (triste) "sorriso nos lábios".
Até ao dia em que recebe uma misteriosa carta que aparentemente lhe dá algum alento... Perante isto confesso que, a partir de determinado momento, comecei a achar que o filme estava a resvalar para o campo "azeiteiro".
No entanto, o (inesperado) final arrasa (não leiam nada sobre o mesmo!), transformando-o numa lírica fábula sobre a liberdade e democracia (de tal forma que as pessoas que estavam na "minha" sala de cinema levantaram-se para aplaudi-lo).
Ainda temos o amanhã
Manuela
Filme a não perder. Do ponto de vista artístico fez-me lembrar as obras dos grandes mestres do preto e branco e do neo-realismo do cinema. O tema infelizmente continua atual. Mulheres não percam!
Ainda Temos o Amanhã
Raúl Mesquita
Concordando com o espírito do filme, a Libertação da Mulher, penso que este falhou por dois motivos, a saber: a música moderna americana, evitável, a parcialidade nos cartazes da votação de 1946 em Itália e a imoralidade, que se quer justificada a todo o preço, da bomba no café. Concluindo, uma "modernidade" que quer conquistar todos e americanos.
Magnífico
Lorenzo
Ótima realização, esta primeira, da grande atora italiana! É deveras incrível que os críticos deste jornal não tenham percebido nada desta esplêndida obra-prima...!
Ainda temos o amanhã
Graça M.
Adorei. Uma grande interpretação da realizadora/actriz. Relembra o que foi preciso conquistar e ainda é para sermos uma sociedade mais igual. O filme passa-se em Itália mas podia bem ser Portugal. Uma história pesada mas contada com leveza suficiente.
Ainda temos o amanhã
Maria RIBEIRO
O filme é maravilhoso. Paula Cortelesi é uma actriz extraordinária.
Poderia ser: "Ainda tivemos o ontem" tão perto: 5*
Paulo Graça Lobo
Em Roma como podia ser Lisboa, ainda há a tão pouco tivemos este ontem, esta realidade, esta vivência familiar escura, díspar, constrangida, subjugada: valores que ainda hoje são defendidos e apreciados. Mas não há como ver. E escolher, hoje, quando há mais um pouco de Liberdade. Aqui, o cônjuge marido tinha direito ao seu espaço de libertinagem. No Direito tinha o poder legal de requerer o resgate e a entrega ao domicílio da mulher fugida. "Bons tempos"? Poderei estar a alucinar de ter gostado tanto deste filme mas vejo muita inspiração de Charles Chaplin nesta história e realização: o riso com um nó no estômago, a expressão entristecida do olhar, e apesar de tudo a esperança numa saída. Um filme a não perder!
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