Alma Viva
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Desde sempre que a pequena Salomé, filha de emigrantes portugueses em França, passa as férias de Verão na aldeia da sua família, em Trás-os-Montes. Ela e a avó, tida como bruxa pelos outros habitantes da aldeia, têm uma ligação muito próxima. Mas quando a velha senhora morre subitamente ao seu lado, a menina começa a sentir o espírito dela dentro de si e quase mata uma das vizinhas, que julga ser responsável pela sua morte.
Produzido pela Midas Filmes em co-produção com França e Bélgica, e estreado na Semana da Crítica, do Festival de Cinema de Cannes, “Alma Viva” marca a estreia em realização de longa-metragem da luso-descendente Cristèle Alves Meira – já conhecida pelas curtas “Campo de Víboras” (2016) e “Invisível Herói” (2019), ambas estreadas em Cannes.
A história, apesar de ficcional, contém diversos elementos biográficos e tenta fazer um retrato da cultura transmontana através dos olhos de uma criança. Filmado, durante o Verão de 2021, em Junqueira, no concelho de Vimioso (de onde é originária parte da família de Cristèle), este drama conta com as actuações de Ana Padrão, Lua Michel (filha da realizadora), Pedro Lacerda, Valdemar Santos e vários actores não profissionais, residentes na localidade. PÚBLICO
Críticas dos leitores
Alma Viva
João Teixeira
Filme notável. Através das tradições de Trás-os-Montes, deixa-nos mensagens de grande significado e interpretação no comportamento de uma jovem e da família, numa linguagem cinematográfica com grande distinção. Não me surpreenderia se fosse laureado com um prémio.
Alma viva - rep
Anabela
Adorei!!! Representa uma época em que os costumes e crenças populares eram a base de um povo.
Alma Viva
José Mario Cruz Costa
Gostei dos não-actores, da população da aldeia, que tiveram um papel de alto desempenho e estiveram a grande nível. Gostei do tema, do poder do oculto e da superstição que ainda se vive no Portugal profundo. O modo como ainda se vive o velório nas aldeias nortenhas. O morrer em casa. As cenas estão perfeitas...até o pormenor das ventoinhas, que fazem com que o "fedor" a cadáver não seja sentido na casa, principalmente nos meses quentes.
Não gostei, nem havia necessidade, das mamas a mais e nudez a mais, num filme que nada tem a ver com o assunto. A "banda" a tocar fora da tasca, também me pareceu despropositada....nada a ver com os costumes, nem com etnografia local. Uma visão mirabolante... Detestei da cena da pesca "à bomba".
Espero que não tenham matado tantos peixes com explosivos para fazer uma cena de "merda". A pescaria poderia ter sido representada de outro modo. No final, nos agradecimentos, referem o nome da "luso-francesa Cristèle Alves Meira", referem que o filme foi feito "na íntegra na aldeia transmontana da sua avó materna" e esquecem-se de a referir. Uma falta de consideração imperdoável. Afinal qual o nome da aldeia?! Gostei, mas sem me ter deslumbrado.
4 estrelas
José Miguel Costa
"Alma Viva”, primeira longa-metragem da luso-francesa Cristèle Alves Meira (produzida pela Midas Filmes em coprodução com França e Bélgica), que teve honras de exibição na Semana da Critica do Festival de Cannes, é o nosso candidato ao Óscar de melhor filme estrangeiro de 2023. Filmada na integra na aldeia transmontana da sua avó materna e na qual os próprios habitantes participam como não-actores (reforçando, desse modo, o seu forte cariz documental), vagueia (deliciosamente) entre naturalismo e o realismo mágico, introduzindo com eficácia elementos e códigos de vários géneros cinematográficos, nomeadamente o suspense e o terror psicológico (polvilhado com apontamentos de humor que aliviam a tensão, impedindo que descambe num qualquer excesso melodramático). Conta a história (algo biográfica, de acordo com o expresso pela própria realizadora) de uma criança emigrada em França, Salomé (interpretada por Lua Michel, que carrega o filme às costas, arrebatando-nos do primeiro ao último minuto), que no habitual regresso a Portugal para as férias de verão, se vê confrontada com a morte repentina da avó, com quem mantinha uma forte ligação. Por consequência, durante os preparativos para o funeral esta passa a ser assombrada pela falecida (que era percepcionada na comunidade como bruxa, sobretudo depois de ter "roubado" o marido a uma vizinha). E está assim montado o alicerce de um enredo que evoca as temáticas da interioridade, emigração e misticismos, num hilariante mix "antropólogico kitsch". Realce-se o notável trabalho de fotografia de Rui Poças.
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