Aftersun
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Nos finais da década de 1990, quando tinha 11 anos, Sophie passou umas férias inesquecíveis com o pai numa estância turística da Turquia. Para ela, foi um tempo mágico, com ambos a desfrutarem de cada momento da companhia um do outro. Vinte anos passados, agora com a idade que o pai tinha na altura, Sophie revê uma cassete de vídeo desses dias. Num esforço de reconciliação com traumas do passado, tenta encontrar indícios do que se passou a seguir.
Seleccionado para competir nos festivais de cinema de Toronto, Cannes (onde lhe foi atribuído o Prémio French Touch) e Deauville (onde arrecadou o Grande Prémio e o Prémio da Crítica), este filme tem realização e argumento de Charlotte Wells e actuações de Paul Mescal, Frankie Corio, Celia Rowlson-Hall e Sally Messham. PÍBLICO
PÚBLICO
Críticas Ípsilon
A última valsa de um pai e de uma filha
Um filme singular: tenta encontrar uma forma própria de figurar essa coisa tão dificilmente figurável que é a “memória”.
Ler maisCríticas dos leitores
Aftersun
António Alves Martins
Belíssimo, perturbador e muito subtil filme que nos perdura na memória
4 estrelas
José Miguel Costa
"Aftersun", primeira longa-metragem realizada (e escrita) pela escocesa Charlotte Wells, é um melancólico drama semiautobiográfico (aparentemente) simples e contido/subtil sobre afectos, memórias (re)construidas do passado e do luto.
Nesta história com uma narrativa de contornos mínimos e uma sequência de "não-eventos" ("habitada" apenas por dois personagens), relatada num registo algo coming of age e de forma fragmentada (recorrendo a imagens captadas no passado por uma mini câmara portátil, bem como a contínuos flasbacks de lembranças - reais e imaginárias -, que se constituem como uma espécie de puzzle mental que teremos de "montar"), somos transportados até à década 1990 para acompanhar uma curta viagem a Torremolinos (Turquia) efectuada por um pai e a sua filha de 11 anos (sem grande relação entre si, dado esta última ter ficado a viver com a mãe após a separação dos progenitores).
É uma obra profundamente emotiva que se coíbe de exibir momentos de tensão (embora ela esteja omnipresente na nossa mente devido a pequenas "fagulhas" que vão sendo lenta e meticulosamente lançadas com extrema elegância/cuidado). Nada é invasivo ou explícito (aparentemente estamos apenas perante umas harmoniosas férias num hotel modesto), cabendo ao espectador a argúcia de intuir a riqueza da relação e o(s) estado(s) de alma da dupla de protagonistas (o enormeee Paul Mescal - que arrasa com a sua naturalidade - e a estreante Frankie Corlo - toda ela luz e leveza), esmiuçando ao pormenor os eventuais significados dos factos subentendidos e da linguagem não-verbal ou até das mensagens subliminares que se escondem nas "sombras e reflexos" das imagens (por vezes, deliberadamente "toscas") captadas pela câmara (já que a sensibilidade/empatia esmagadora dos diálogos pode "distrair-nos" do essencial). Nota ainda para a excelente banda sonora, que se afigura como um complemento da narrativa.
Envie-nos a sua crítica
Submissão feita com sucesso!