A Verdade e Só a Verdade

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Drama, Thriller 108 min 2008 M/12 30/07/2009 EUA

Título Original

Sinopse

Mais um argumento baseado no jornalismo de investigação e, neste caso, incidindo num dos pontos mais controversos do código deontológico dos jornalistas: a protecção da identidade das fontes. Rachel Armstrong (Kate Beckinsale) é repórter num jornal diário de grande tiragem e descobre a verdadeira identidade de Erica Van Doren (Vera Farmiga), uma agente da CIA sob disfarce. O caso dá início a uma série de eventos levando o Governo a exigir a identificação da proveniência dos dados de Rachel. Decidida a não trair o sigilo profissional, acaba por ser presa sendo perseguida por Patton Dubois (Matt Dillon), o promotor público destacado.
O filme retrata os seus dias na prisão, a angústia de perder o apoio de todos e a luta do seu advogado, Albert Burnside (Alan Alda), que tudo fará para a ajudar. Uma história inspirada no caso polémico de Judith Miller, jornalista do "New York Times", detida em 2005 por se recusar a identificar num tribunal a fonte que lhe revelou a identidade da agente da CIA Valerie Plame.

PÚBLICO

Críticas dos leitores

Mas qual cidadania?

Nazaré

É pena que digam que se baseia em "factos reais", pois há várias inverosimilhanças nesta história, no comportamento das personagens sobretudo (o realizador Rod Lurie continua a mostrar-se incapaz de lidar com pormenores). Mas a intenção principal, que é a de mostrar o duelo de princípios, entre o da deontologia profissional e o da lealdade para com o Estado, é muito bem servida, com excelente dramatização e prestações artísticas impecáveis (a começar pela protagonista Kate Beckinsale, e raramente se vê um Matt Dillon tão bem aproveitado, Vera Farmiga parece ressuscitada...). As pressões tremendas a que todos estão sujeitos lembra “Jogos de Poder”/The Contender (do mesmo realizador), onde também está em causa a pergunta insistente a uma personagem feminina (nesse, representada por Joan Allen), que se recusa a responder-lhe por questão de princípio. Na altura era um filme demasiado conotado com as eleições que Al Gore "devia" ter ganho, já este vem noutro contexto histórico, com uma consciência pública das restrições às liberdades cívicas dos cidadãos em referência implícita ao Patriot Act. Curiosamente, é-nos revelado que a base legal para retirar a um cidadão norte-americano um direito constitucional em nome da segurança do Estado é muito anterior ao 11 de Setembro. É este o ponto fulcral do filme, muito bem arquitectado e eficaz, e que a eloquência causídica de Alan Alda, na cena do Supremo Tribunal, resume de maneira bem completa. Decisões e tradições jurídicas afinal assentes em dúbias maiorias, fica-se a saber igualmente. E se a tragédia de várias personagens é um preço muito alto, proibitivamente alto, para um capricho à volta de princípios; porém, se o Estado gosta de pensar de si próprio como algo que está para além dos direitos dos seus cidadãos, também fica a lembrança que o Estado assenta em princípios que teria de respeitar.
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