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A Lição

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Drama 111 min 2014 M/12 07/04/2016 GRE, BUL

Título Original

Urok

Sinopse

Nade é professora numa pequena cidade da Bulgária. Mais do que ensinar, procura formar os seu alunos eticamente. Um dia, depois de lhes dar uma lição de moral por causa de um roubo, chega a casa e depara-se com um oficial de justiça. Este diz-lhe que a prestação não está a ser paga e que, caso não resolva a questão em poucos dias, será despejada. Foi o marido de Nade, um desempregado alcoólico, quem utilizou irresponsavelmente o dinheiro, para arranjar uma velha rulote. Desesperada e com uma filha de quatro anos a seu cargo, tenta encontrar um modo de pagar a dívida antes que seja demasiado tarde. Nesse percurso, face a decisões que a farão colocar em causa a sua própria integridade, será a professora a aprender uma difícil lição de vida…
Estreado em 2014 no Festival de Cinema de Toronto (Canadá), um filme dramático com realização e argumento de Kristina Grozeva e Petar Valchanov. Nos papéis principais estão Margita Gosheva, Ivan Barnev e Ivan Savov. PÚBLICO
 

Críticas dos leitores

4 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

A cinematografia da Europa de Leste (e sobretudo, a romena, com a qual temos mais contacto) é conhecida pelos seus dramas sociais intensos, duros e intimistas. “A Lição”, que nos chega da Bulgária, segue este mesmo trilho do realismo social (do qual sou fã confesso), e partindo de uma história simples e universal remete-nos para uma série de reflexões sobre a natureza humana (transformando-se numa espécie de parábola sobre a rigidez dogmática) <p> A trama gira em redor de uma professora de inglês com valores morais bem definidos, que ao tomar conhecimento de que um dos seus alunos furtou dinheiro dentro da sala de aula, entra numa cruzada obsessiva para descobrir o culpado. Em simultâneo, vê-se confrontada com uma série de problemas de índole familiar (sobretudo, financeiros) que a levam gradualmente a afrouxar os limites da ética pela qual se rege/apregoa. No entanto, não se pense que estamos perante uma narrativa básica que explora a tese do "bem prega frei Tomás, faz o que ele diz e não o que ele faz", aproximando-se mais de algo do género "a ocasião faz o ladrão". Todavia, em momento algum se torna moralista ou descamba para o melodrama de fazer chorar as pedras da calçada, pelo contrário, mantém uma inquietante sobriedade (mesmo perante uma protagonista - o "coração" deste filme - que passa por um autêntico calvário de desgraças) - embora para o final entre num registo exagerado, que resvala para um irrealismo a roçar o anedótico (felizmente, como encerra com "chave de ouro", quase esquecemos esse deslize). </p><p> Para além da excelente performance da actriz (com a qual nunca conseguimos empatizar, apesar de todo o seu martírio contra a corrupção e burocracia do Sistema), há outras características que, no seu conjunto, tornam este filme sombrio num produto interessante e algo singular, nomeadamente, a opção pelo uso de câmara de mão; a paleta de cores frias e cinza que caracterizam a sua fotografia; a ausência de banda sonora (que lhe incute um ar cru/rude e despojado) e o crescendo de intensidade da narrativa (com um big end irónico - um autêntico murro no estômago). </p>
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