A belíssima segunda longa-metragem de Andrei Konchalowsky, cujo título significa literalmente "A Felicidade de Assia Kliacine, que Amou sem se Casar", teve sérios problemas com a censura soviética. Sofreu cortes e teve o título alterado, antes de ser proibida. Konchalovsky, que salvara uma cópia, pôde restaurar a montagem original em 1987. Um dos motivos da fúria dos censores deve-se certamente ao facto do filme se passar num kolkhoze, espaço privilegiado do velho cinema "realista socialista", mas mostrar uma mulher moderna, cheia de vitalidade e de sentido da liberdade. Um exemplo do que há de melhor no cinema soviético dos anos 60.<p/>Texto: Cinemateca Portuguesa