Genial...
SM
Consegui finalmente ir ver o filme “1ª Vez 16mm”, por sinal e para quem não sabe está em Braga, Faro e Leiria, e não posso deixar de lhe agradecer, obrigada JL, não fosse a sua critica tão inflamada, quase de cariz pessoal, e eu nunca teria ido ver este filme, antes de ler a sua crítica e sucessivas respostas pensei que era apenas mais um destes tipicamente maçudos filmes Portugueses para os quais confesso não tenho a mínima paciência mas não, este filme é absolutamente genial…
Antes de passar à minha critica do filme quero ainda fazer uns reparos à critica do/a senhor/a JL. Apenas lhe quero fazer alguns reparos porque me pareceu que a sua crítica foi bastante pessoal, não sei se foi uma das tais pessoas que colaborou e não recebeu nada, se é que existiram tais pessoas, mas parece-me que este filme fala bem de realidades Portuguesas, não sei se vive em Lisboa mas se assim for tente estacionar o seu carro no largo da Misericórdia e verá que o arrumador que lhe aparece é o Albertini (eu reconheci-o logo) ou em qualquer ponto do país em praias ou locais semelhante se não encontra alguns velhos babados a quem só falta abrir a gabardine (quando falta). Refere o quão perigoso é o filme a partir do momento em que Rui Goulart abre a boca, deixe-me que lhe diga que não me senti ameaçada, sentiu-se? E por último, não me quero alongar muito mais, não é suposto os personagens olharem para a objectiva da câmara quando falam mas sim para os personagens com quem estão a contracenar (até eu que não sou do meio sei isso), o Rui Goulart, pelo menos no filme, não fumou cigarros fumou cigarrilhas e numa relação platónica parte-se do princípio que não há contacto físico, por isso é que é platónica.
Queria também perguntar ao António & Rita onde conseguiram ver o filme porque eu só consegui descobrir em Faro, Braga e Leiria, está em mais algum sítio?
Durante as quase 2 horas nunca nos sentimos entediados, tem movimento do principio ao fim, vemos um realizador obstinado, cujo único objectivo é fazer um filme, objectivo que nunca deixa de perseguir durante toda a história, a trama desse filme trata da relação platónica entre um fotógrafo e uma adolescente ao torno de quem gira uma panóplia de figuras bizarras (percebeu agora senhor/a JL?), vemos como tudo corre mal de inicio obrigando a inexperiente equipa a começar tudo de novo com uma nova actriz principal que acaba por transpor para a vida real a tal relação platónica que estão a filmar criando algum mau estar na equipa mas que nem assim os desvia do objectivo final, fazer um filme. Somos ainda presenteados com o desempenho de vários actores bem conhecidos entre nós e deixando-nos completamente rendidos aos monólogos de João D’Ávila (como estava com atenção consegui vê-lo em muito mais cenas do que apenas nas cenas do Ferrari), todos os planos aparentam ser muito bem escolhidos, são planos nus, muito reais, nada estilizados tão naturais como o nosso dia-a-dia, até em Veneza se percebe a diferença de cenários entre os locais onde a equipa está a filmar (mais turísticos) e aqueles em que a equipa passeia (canais secundários e mais sossegados), mas todas estas peripécias são não só engraçadas como reais vividas, segundo percebi, por Rui Goulart ao longo da realização do seu primeiro filme, assim como nos vamos apercebendo de algumas mensagens que a longo de toda a história nos vai passando através de alguns personagens e que nos deixa adivinhar o que se passa realmente no mundo do cinema e que não é muito diferente do que se passa no resto do país, por último parece-me que a ausência de argumento de que tanto se fala se refere ao filme que a jovem equipe está a filmar e não ao filme “1ª Vez 16mm” mas mesmo que o filme não tivesse argumento não me parece que lhe tenha feito falta. Ao Rui Goulart e a toda a sua equipa apenas quero dizer que espero que se tenham divertido tanto a fazer o filme como eu a vê-lo.
Continuar a ler