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O Lugar do Trabalho

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Drama 99 min 2023 M/12 01/05/2025 ITA

Título Original

Sinopse

A administração de uma fábrica em Tarento, Itália, decide contratar Caterino, um homem rude e pouco qualificado, para espiar os colegas de trabalho e denunciar os nomes dos que estejam ligados a actividades sindicais ou que considere mais dispensáveis. Inicialmente, Caterino sente-se numa posição privilegiada em relação aos colegas, usufruindo das contrapartidas oferecidas. Contudo, com o passar do tempo, apercebe-se de que não é mais do que uma peça descartável na engrenagem e de que foi manipulado pelo sistema opressor da empresa. 

Este drama, que aborda exploração, desigualdade e resistência no trabalho, marca a estreia como realizador do actor Michele Riondino. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

O Lugar do Trabalho: nascimento de uma consciência (de classe)

Luís Miguel Oliveira

Estreia-se esta quinta-feira nos cinemas portugueses uma coisa relativamente rara nestes dias: uma ficção operária.

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Críticas dos leitores

Bom filme

Martim Carneiro

Fazer: ensina como os empregadores devem agir para se verem livres dos trabalhadores que, por qualquer razão, já não lhes interessa, chamados de "redundantes", sejam engenheiros, informáticos, operários altamente qualificados, secretárias e administrativos. Todos cabem no processo de restruturação. O filme é muito pedagógico e inspirador para gestores e directores de recursos humanos, aqui tão bem caracterizados "a la italiana".

A acção decorre em Taranto, na costa leste a sul de Itália, numa fábrica da poderosa Siderúrgica transalpina. O actor Élio Germano - que já tínhamos visto no filme "Confidência" em interpretação notável, tem aqui um desempenho em papel nos antípodas daquele, mas excelente de qualquer modo. Vale bem a pena assistir a este bom filme.

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3 estrelas

José Miguel Costa

O filme "O Lugar do Trabalho" marca a estreia na realização do actor italiano Michele Riondino. Recorrendo a um registo de realismo fantástico algo felliniano, brinda-nos com um sombrio drama satírico (impregnado de humor ácido) sobre convulsões sociais e políticas num contexto de exploração neoliberal, tendo por base factos reais ocorridos, em 1997, numa grande empresa siderúrgica de uma cidade industrial no sul de Itália (Taranto).

O personagem central da história, Caterino (o próprio realizador), um operário individualista e "pintas', dado a todo o tipo de "esquemas", é seduzido pelo ignóbil administrador da empresa (Elio Germano), a troco de uma irrisória benesse laboral, para espiar os restantes trabalhadores com o objectivo de denunciar aqueles que estejam ligados a quaisquer "subversivas" actividades sindicais (e que, por consequência, serão transferidos para uma secção da fábrica, destituída de qualquer tipo de equipamento, na qual ficarão privados do exercício de qualquer função - por forma a exercer coação psicológica sobre os mesmos).

Seguimos a trajectória deste caricato (e estereotipado) sujeito, destituído de qualquer moral e consciência de classe, até ao período em que toma consciência de que não passava de uma peça descartável ao serviço do patronato que o despreza. A tentativa de ironizar sobre uma situação real dura de desumanização laboral foi-se revelando gradativamente gorada, fruto da adopção de uma comicidade inconsequente, demasiado estereotipada (soando, inclusivé, em determinados momentos, "ligeira"ridícula), que retirou carga dramática à obra.

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