O Atentado de 5 de Setembro

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Drama 95 min 2024 M/12 20/02/2025 ALE, EUA

Título Original

Em 1972, a cidade de Munique (que, na época, pertencia à Alemanha Ocidental) recebia novamente os Jogos Olímpicos de Verão depois de, em 1936, Adolf Hitler ter feito deles uma plataforma para mostrar ao mundo o que considerava ser a superioridade da raça ariana.

Na madrugada de 5 de Setembro, quando os jogos iam já na segunda semana, um grupo extremista palestiniano, designado Setembro Negro e vinculado a uma facção da Fatah, invadiu a Aldeia Olímpica, matou dois membros da equipa israelita e capturou nove elementos, que manteve como reféns. Em troca das suas vidas, exigiam a libertação de 234 palestinianos que Israel mantinha prisioneiros.

Nesse dia, uma equipa de reportagem da norte-americana ABC Sports foi apanhada de surpresa. Transformando a cobertura desportiva numa emotiva e trágica transmissão em directo para uma plateia de 900 milhões de telespectadores de todo o mundo, estes jornalistas tiveram de ter em consideração vários aspectos da situação, em particular, o impacto da sua abordagem nas vidas dos implicados.

Com realização de Tim Fehlbaum (Hell, A Colónia), um drama histórico baseado em factos reais escrito por Fehlbaum, Moritz Binder e Alex David. A dar vida às personagens estão Peter Sarsgaard, John Magaro, Ben Chaplin e Leonie Benesch. Estreado em Veneza, este drama foi nomeado para o Globo de Ouro de melhor filme dramático e escolhido para competir pelo Óscar de melhor argumento original. PÚBLICO

Sessões

Críticas dos leitores

4 estrelas

José Miguel Costa

O filme "O Atentado de 5 de Setembro", dirigido e co-escrito pelo austriaco Tim Fehlbaum, é um drama histórico com características de "thriller" jornalístico, baseado em factos reais, ambientado quase integralmente na redação desportiva do canal de TV norte-americano ABC, durante os Jogos Olímpicos de Munique em 1972, que nos dá conta da reacção da sua equipa de profissionais quando confrontada, "in loco", com a ocorrência de uma acção de contestação violenta (sequestro) na aldeia olímpica (encetada por um grupo de palestinianos, pertencentes à facção extremista da organização politica Fatha, contra os atletas de Israel) e a consequente necessidade desta cobrir tal evento em tempo real (naquela que viria a ser a primeira transmissão global, em directo, via satélite).

Confesso que estive reticente em visionar este filme por antecipar uma xaropada panfletária e maniqueísta pró-israelita. Felizmente acabei por não ceder a tal ímpeto, dado que o realizador não se focou no acontecimento em si, tendo optado por explorar exclusivamente a forma como este foi percepcionado/investigado/gerido/transmitido pela pequena equipa de jornalistas (sem sequer aflorar as causas e as consequências politicas da tomada dos reféns), durante dois dias, num exíguo e claustrofóbico espaço físico.

Esta interessante perspectiva (que expõe os dilemas éticos e morais, bem como a infinidade de problemas técnicos numa era ainda totalmente analógica, com que os profissionais da informação se defrontaram aquando do acompanhamento da tragédia), aliada a um excelente ritmo/tensão (mesmo sendo o desfecho final sobejamente conhecido) decorrente de um trabalho de edição "ágil", transforma a obra num quase "case study" sobre o jornalismo de investigação isento (algo em extinção no presente dominado pelos sensacionalismos/populismos e "fake news", com o objectivo deliberado, por parte dos poderes político-económicos instituídos, de disseminar narrativas enviesadas para "evangelizar" o povo).

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