Deixou muito a desejar, não me deixou cativado e é demasiado secante.

"A Vingança de Lizzie Borden", realizado por Craig William Macneil, é um triller psicológico que relata os meandros da história verídica de um duplo homicídio ocorrido, no século XIX, no seio de uma família conservadora da alta sociedade americana do Massachusetts. <br /> Tem por base duas peças-chave, a Cloe Sevigny (que interpreta o papel de uma enigmática mulher solteira com 32 anos, socialmente inadaptada e subjugada por um pai austero) e Kristen Stewart (a jovem empregada que vem trabalhar para casa da família e que, de imediato, cai nas boas graças da patroa júnior). E se a actuação da primeira é soberba, estranhamente a "ex- Crepúsculo" (rótulo injusto, eu sei!) não convence (e jamais consegue que acreditemos na química que alegadamente deveria existir entre ambas). <br /> <br />Efectivamente, a performance da Cloe Sevigny é a grande mais-valia desta obra (e só por si já merece o seu visionamento). E tal não implica esmorecer outras características positivas de que esta também é detentora, nomeadamente a sua "ambiência gráfica" (fruto de uma boa iluminação - com constantes jogos de luzes e sombras - e perícia ao nível da filmagem - com o excepcional recurso entrecruzado às técnicas de panorâmica, travelling e plano-sequência), bem como o desenvolvimento narrativo inicial (que descamba lá para o final, com "tudo a ser-nos oferecido de bandeja" sem deixar azo para qualquer ponta de "mistério no ar").

Do que poderia ser um bom filme dramático e com contornos psicológicos, o realizador dá-nos um thriller claustrofóbico, frio e banal, com interpretações sem grande qualidade, sublinhando talvez o esforço de Chloé Sevigny, e a continuada travessia do deserto de Kristen Stewart, que depois dos filmes infantis/adolescentes de "Twilight",não consegue fazer a diferença num filme, tal a vulgaridade e os mimetismos adquiridos na saga e que confirmam que representar é algo mais do minimalismos histríónicos, sem impacto na estrutura final do filme, passa completamente ao lado. A estrutura mental dela, viu-se já por diversas vezes nos Late Show noturnos, em que se depreende a falta de consistência mental e psicológica. Um desastre. Apesar de tudo, e baseando-se num caso real, poderia não ser levado tão à letra e poderíamos ter um bom twist final, melhor do que a resenha descritiva dos acontecimentos. <br />

Um filme intenso e violento, retrata relações humanas muito tocantes e sensíveis, não é um grande filme mas é interessante. Banda sonora com nota positiva.