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Hulk

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Acção min 2003 M/12 11/07/2003 EUA

Título Original

The Hulk

Sinopse

Depois da adaptação de "Homem-Aranha", "Demolidor" e "X-Men" chega também ao grande ecrã outro dos super-heróis da Marvel, o incrível Hulk. Uma das mais aguardadas adaptações cinematográficas a partir da banda desenhada, já que é assinada por Ang Lee, o cineasta do belíssimo "A Tempestade do Gelo" e dos ballets marciais de "O Tigre e o Dragão". Sempre que perde o controlo das suas emoções, o cientista Dr. Bruce Banner (Eric Bana) transforma-se num enorme monstro verde, devido a uma série de experiências falhadas. Betty Ross (Jennifer Connely), a namorada de Bruce, a única que poderá devolver-lhe o seu lado humano. PÚBLICO

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Críticas dos leitores

Um Hulk com Sensibilidade e Bom Senso

Ricardo Pereira

Ang Lee já criou pais opressores, que tratava com carinho e até tentava entender, ajudando-os a humanizar-se nos filmes de Taiwan, como “The Wedding Banquet” e “Eat Drink Man Woman”. Também criou um pai confuso quanto à própria identidade em sua primeira incursão por Hollywood, “The Ice Storm”. Nunca criou um pai tão perturbado quanto o de Bruce Banner (na série de TV, ele se chamava David Banner). Bruce/Hulk é interpretado pelo actor australiano Eric Bana, Nick Nolte faz seu pai. Sem estabelecer limites para as próprias experiências, ele transforma o filho numa aberração e ainda tenta matá-lo para assumir a sua força, convencido de que o invólucro humano fornecido por Bruce não vale nada. O que interessa é o seu eu interior: no caso, Hulk. Na fantasia criada por Ang Lee e pelo roteirista James Schamus, o mundo todo está atrás de Hulk. O pai para se apossar de sua força, os militares para transformá-lo numa máquina de fazer dinheiro, e só a personagem de Jennifer Connelly, a cientista, por amor. Quem se lembra da bela adaptação que Ang Lee fez do romance de Jane Austen, “Sensibilidade e Bom Senso” sabe que já virou lugar-comum, depois disto, dizer que o bom senso e a sensibilidade são os temas dominantes de seu cinema. Há aqui uma mudança. A razão vira, por momentos, irracionalidade, mas a sensibilidade continua à flor da pele. Nos últimos anos, Hollywood tem modificado o perfil de seus heróis. “O Demolidor”, de Mark Steven Johnson, é o caso-limite. É deficiente físico, duvida de si mesmo e é obcecado pela figura paterna, característica que compartilha com a sua Elektra. Em Hulk, o herói e sua garota também são marcados pelos respectivos pais e ele é um humano que vive no limite da monstruosidade, tentando domar seus demónios internos. Ang Lee disse em entrevistas que seu filme, por influência de Schamus, deve mais aos comics do que à série de TV. Hulk representa o subconsciente primitivo, a agressividade que Bruce reprime e seu pai quer libertar, para destruir. Psicanálise elementar, você poderá dizer. Ang Lee está psicanalisando a cultura pop. Mas aí opera-se alguma coisa. A tristeza que Hulk passa vem dos olhos que transmitem a essência humana que o monstro luta para manter. É um olhar ferido, doloroso. Evoca o drama de Frankenstein. Lembra-nos Nicholas Ray, que dizia que o cinema é a poesia do olhar. O que há de mais interessante na personalidade do Hulk é que sua síntese permanece inconclusiva. O monstro é pura força bruta, livre de qualquer constrangimento. Ele não hesita em se atirar sobre qualquer adversário, seja homem ou máquina, com a inteligência instintiva de uma criatura que não admite qualquer ameaça à sua existência. Ele não é nem herói nem vilão, como os típicos personagens Marvel em sua concepção clássica. Cabe à nós enquanto sociedade sabermos controlar nossa fúria, o Hulk interior que cada um carrega. Isso pode ser feito pelo carinho, como tenta Betty Ross (e há Hulk que resista a uma Jennifer Connely?), ou pela força, como gostaria o general Ross. Chegamos assim à um esboço de uma teoria dos monstros. O Hulk de Stan Lee inscreve-se na linhagem tradicional dos monstros da ficção científica. Mr. Hide, o monstro criado pelo dr. Jekill; o monstro criado pelo dr. Frankenstein (monstro que o público insiste em chamar de Frankenstein); e os monstros da ilha do dr. Moureau são os antecessores literários clássicos do gigante verde. Em comum todos eles tem o projecto de seu criador de realizar melhoramentos na espécie humana. O cientista típico retratado em todas essas histórias de monstro, como bom positivista, quer melhorar a espécie humana melhorando directamente o corpo físico do homem. A solução tem que estar no indivíduo, o qual é resultado directo de seu DNA., que pode e deve ser manipulado no interesse da ciência. O cientista louco que cria monstros é um obstinado para o qual os fins justificam os meios. O positivista divide a realidade em compartimentos e não enxerga a totalidade. A solução individual pela qual o cientista louco quer curar o Homem de sua imperfeição (usualmente, tendo ele próprio como cobaia, a exemplo de David Banner), origina os monstros que acabam se tornando um exemplo perfeito da doença da sociedade. As utopias da ficção científica fracassam exemplarmente porque os cientistas que as engendram tem em vista o homem como unidade biológica e não o conjunto da humanidade. Querem transformar o indivíduo sem transformar sua relação com a sociedade, o que significa transformar também a própria sociedade. Não basta libertar as emoções e os poderes de um simples indivíduo, pois é preciso modificar todo o contexto social em que esses poderes se manifestam. Verde, em todo caso, está associado a imaturidade, ao momento prévio à tomada de consciência. Filme de adolescência, com seus reflexos e suas problemáticas contra o poder e sua visão distorcida da vida adulta, alguns podem dizer de “Hulk”. Coincidência ou não, há no mundo hoje uma infinidade de pessoas que se reúne em fóruns locais ou mundiais para tentar mostrar aos outros que um outro mundo é possível. Pessoas para as quais a lógica de que crescer é ter que sujar as mãos já não funciona mais tão bem quanto funcionava antes. Coincidência ou não, o casal de heróis de Hulk, Bruce e Betty, bem poderia fazer parte de uma ala de cientistas protestando a favor da abertura de certas patentes. Bruce e Betty são herdeiros de um passado problemático e passageiros de um futuro sombrio. Em todo caso, eles identificaram cedo o inimigo. Um futuro distanciado desses pais já é, em todo caso, uma esperança. E que isso seja problematizado num blockbuster já faz de Hulk um filme acima da média.
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As Duas Faces do Espelho

Luís Mendonça

"Hulk" é um filme que tem como protagonista a mente humana — tudo acaba por ser uma bizarra viagem pela mente perturbada de Bruce Banner (Eric Bana). Hulk tem a capacidade de curar feridas físicas, mas as marcas deixadas por uma infância problemática levam-no a alimentar um ódio monstruoso a essa faceta da sua vida, ainda por definir. Começa aqui a viagem que Ang Lee ("Tigre e o Dragão") promete-nos contar. Inicia-se com a infância traumatizante e acaba na idade adulta quando Bruce Banner já é cientista e tem uma vida autónoma. Contudo, há muito que sente a presença de algo anormal dentro de si. Essa coisa é libertada quando este é atingido tragicamente por raios gama, durante uma experiência destinada ao insucesso. O ódio, ou melhor, Hulk ganha vida. Antes da mutação, Lee proporciona-nos um momento genial de cinema: quando Bruce assiste à discussão dos seus pais e de lá sai o fantasma da sua imagem futura. Hulk representa a faceta negra da sua vida, representa a morte de alguém querido: a sua mãe. Depois existe Betty Ross (Jennifer Connely), a bela que se apaixona pelo monstro. Até certo ponto, Bruce vê Betty como a mãe que perdeu, ou melhor, é o oposto daquilo que cresce dentro de si. Outra personagem curiosíssima em todo este universo sinistro é o pai de Bruce (excelente Nick Nolte) que, afinal, é o grande responsável pelo sucedido — usou o seu filho como cobaia de uma experiência que iria mudar a essência humana. É nisto que "Hulk" é excelente: sabe pôr a nu a mente das suas personagens através dos seus receios mais íntimos ou simplesmente através de sequências elucidativas dos sonhos dos protagonistas — destaque para a cena em que Hulk e Bruce se encontram face a face separados por um espelho e em que o lado atordoado e descontrolado de Bruce domina a racionalidade e o equilíbrio da sua mente de cientista. Afinal, estamos a falar de um tipo de esquizofrenia: um homem que tem uma vida dupla e que não controla as duas faces do espelho (lembra inevitavelmente o clássico "Dr Jekyll e Mr Hyde"). Os efeitos especiais são incríveis e Ang Lee soube definitivamente filmar a raiva de um monstro desorientado pela vida. Hulk luta, voa (quase que faz lembrar "Tigre e o Dragão", mas onde a leveza é substituída pela agressividade de um brutamontes verde), desvia balas, destrói exércitos... Contudo, Ang Lee não se distanciou, tanto quanto deveria, daquilo que é típico nos filmes do género. Poderia ter sido mais sinistro, escuro e dispensar aquelas divisões à BD que só têm por objectivo aproximar o papel de cinéfilo ao papel de leitor ou simplesmente satisfazer os fãs da série. Em contrapartida, Lee soube equilibrar a balança e fazer um bom filme. O trabalho que realizou parece que foi exaustivo (o próprio Lee já falou de reforma...), mas o resultado é positivo. Um "Blockbuster de autor" que é, até à data, a melhor adaptação BD desde "Batman".
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Guns'N'Roses Members

Pedro Rodi

Epah! Do filme não sei nada, quase nada, mas sei que a banda sonora é com a banda dos ex-membros dos Guns’N’Roses Slash, Duff e Matt Sorum e ainda na voz desta nova banda chamada Velvet Revolver o vocalista ex-Stone Temple Pilots Scott Weiland!!! Aaaaaaah, os Guns’N’Roses não acabaram, são o Axl Rose, o Robin Fink (ex-Nine In Chnails), BucketHead (vai dar que falar) e mais uns tantos desconhecidos!
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