A Exterminação do Exterminador
Filipe Sousa
Se algo mudou desde 1984, no universo do “Exterminador Implacável”, foi a sua migração do género Terror para o género Acção/Aventura. Nada de desconforto, ou desespero, ou medo, ou daquela pressão esmagadora, que a máquina exercia no primeiro filme. Agora a máquina é humana, dá palpites, é mordaz e irónica. Aliás, num filme que se distancia tanto do primeiro da série, não deixa de ser questionável o porquê de ressuscitarem o desfecho original, mas onde não é a máquina assassina que é esmagada, é o Exterminador amigo, que num último fôlego (de humanidade?), arrasta consigo o(a) outro(a) exterminador(a). Da máquina que não sentia nem medo, nem remorso já nada resta - o T101 está obsoleto, a Exterminadora desperta tudo menos pavor... Este filme, marcará por certo, o ponto final na relação de Schwarznegger com a saga. Se é quase óbvio que o "show must go on", não é menos óbvio que será sem o actor-com-pretensões-políticas. Será sem dúvida, a morte cerebral (ou física?) da história, porque por muito que tentem, nem Robert Patrick (T1000), nem Kristanna Loken(T-X), nem outro hipotético exterminador, por muito moderno e bem apetrechado que seja, conseguirão algum dia aproximar-se do obsoleto original, e serem eficazes e eficientes na sua função: aterrorizar.
Continuar a ler