Depois do Amor
Título Original
After Love
Realizado por
Elenco
Sinopse
Críticas Ípsilon
Afinal, havia outra
Uma primeira obra sólida mas modesta, na tradição realista e atenta aos actores do cinema britânico.
Ler maisCríticas dos leitores
A magia do cinema 4****
Paulo Graça Lobo
A extraordinária magia do cinema - como a leitura de um bom livro - permite-nos viver e empatizar com diversas vidas, além da nossa própria. É o que este "Para Além do Amor" nos aporta: uma história muito bem urdida, densa, profunda, quando a vida se desmorona (espantosamente retratada no desabamento da falésia) e a subsequente busca da recomposição. Assombrosa interpretação de Joanna Scanlon muito bem secundada pelos demais actores. Seria um grande desperdício perder um filme como este!
Pontes...
Pedro Brás Marques
Inesperado
Luís
3 estrelas
José Miguel Costa
Mary, uma mulher inglesa que se converteu ao islamismo para se casar com um paquistanês, piloto de ferries que atravessam o Canal da Mancha, vê o amor incondicional pelo mesmo colocado em causa, ao descobrir, aquando da sua morte súbita, que ele possuia uma vida dupla.
Foi ao arrumar os pertences deste, após a cerimónia fúnebre, que se confrontou com indícios da existência de uma amante francesa não religiosa.
Perante tal evento a viúva decide viajar até França para conhecer a sua rival, mas aí chegada esta última confunde-a com uma emprega de limpeza, que havia solicitado a uma empresa de trabalho temporário. Não desfazendo no imediato este mal entendido acaba por ver-se, ao longo de uma semana, numa situação de convivência/descoberta do "outro lado do marido".
A história de bigamia narrada em "Depois do Amor", primeira longa-metragem do anglo-paquistanês Aleem Khan, tinha todos os ingredientes base para descambar num melodrama "cultural".
No entanto, o cineasta prefere seguir uma linha menos "espalhafatosa", apostando na exploração dos sentimentos (contidos) de uma mulher que, apesar da traição e do luto, tenta superar/perdoar e "recontruir-se" rumo a um futuro sem fantasmas.
E acaba por atingir o seu intento com (relativo) sucesso sobretudo (ou quase exclusivamente) pela interpretação soberba de Joanna Scanlan (que lhe valeu, inclusive, o BAFTA de melhor actriz), que com uma subtileza e um autocontrolo impressionantes mistura brilhantemente os silêncios e os parcos desabafos, bem como a incredulidade e o sofrimento, desta personagem aparentemente passiva.
Envie-nos a sua crítica
Submissão feita com sucesso!