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Blinded by the Light - O Poder da Música

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Comédia Dramática, Biografia 117 min 2019 M/12 29/08/2019 GB

Título Original

Blinded by the Light

Sinopse

<div>Luton (Inglaterra), década de 1980. Javed, um jovem imigrante paquistanês, tenta adaptar-se à cultura de um país radicalmente diferente do seu, ao mesmo tempo que se esforça por respeitar e seguir as tradições da sua família. Um dia, um amigo mostra-lhe uma cassete com as músicas de Bruce Springsteen. Aquelas letras, que ecoam no mais profundo de si mesmo, vão transformá-lo. Com elas, vai aprender qual o seu lugar no mundo e perceber o que existe de comum entre si e os que o rodeiam. Mas o pai, um homem com resistência à mudança, vai ter dificuldades em aceitar as suas escolhas.</div><div>Com assinatura da realizadora inglesa de origem indiana Gurinder Chadha ("Joga Como Beckham", "A Noiva Indecisa", "Adeus Índia"), um filme que transpõe para o grande ecrã o livro de memórias do jornalista Sarfraz Manzoor que, ao lado da realizadora e de Mayeda Berges, também se responsabiliza pelo argumento. Estreado no Festival de Cinema de Sundance (EUA), conta com Viveik Kalra, Hayley Atwell, Rob Brydon, Kulvinder Ghir e Nell Williams nos papéis principais. "Blinded by the light", o título do filme, é também o nome de uma música escrita por  Bruce Springsteen, que faz parte do álbum "Greetings from Asbury Park, N.J.", editado em 1973. PÚBLICO</div>

Críticas dos leitores

Tu é que és o Boss!

Pedro Brás Marques

Não deixa de ser curioso que, na mesma altura em que D. José Tolentino de Mendonça se torna cardeal, estreie nos cinemas lusos “Blinded by the Light”. Porque a “luz” que inundou Javed, o protagonista muçulmano do segundo, foi a mesma que há muito também iluminou a do primeiro, tendo chegado ao ponto de escrever, no Expresso, uma crónica intitulada “A Teologia de Bruce Springsteen”… Mas, afinal, qual é o dom do filho dilecto de New Jersey para conseguir esta universalidade? Onde é que está essa tão falada “espiritualidade” que parece poder encontrar-se nas extraordinárias letras das suas canções? <br />Javed é um adolescente a viver na cidade industrial de Luton, em 1987, altura de profunda crise no Reino Unido, com níveis de desemprego nunca vistos. A família vive com algumas dificuldades e tudo piora quando o pai é despedido. Mas o protagonista tem outros problemas: contra a vontade do pai, quer ser escritor mas ninguém liga ao que escreve, não tem namorada e, tal como a sua comunidade, é alvo de actos e palavras racistas e xenófobas. Quem acaba por o salvar é um amigo que lhe recomenda que escute dois álbuns de Bruce Springsteen. E nas canções do Boss, Jared vai encontrar sentido para a sua vida. Vai perceber o que é uma relação real com uma mulher. Vai encontrar as palavras para o desespero de quem está desempregado e tem uma família para sustentar. Vai perceber que o seu desajuste social já foi percebido e entendido por alguém e esse alguém é… Bruce Springsteen. <br />O título em português é “O Poder da Música”, o que é enganador. Já o disse muitas vezes: para perceber, em todos os seus matizes, a obra do autor dessa obra-prima que dá pelo nome de “Nebraska”, mais do que ouvir, é preciso lê-lo. E foi isso que Javed fez. E isso deslumbrou-o e deixou-o “cego pela luz”. Não passou de Saulo a Paulo, mas toda a sua mundividência se alterou. Porque Springsteen dá voz ao ‘losers’, aos falhados, a todos aqueles para quem a vida não sorriu e o tal “american dream”, a “promised land” foi antes um “nightmare”. Mas, com isso, o que o Boss realmente procurava ilustrar era outra coisa. Uma leitura mais aprofundada revela que Bruce Springsteen tem realmente um tema central: a família, seja na forma como o ‘bonus pater familia’ luta desesperadamente para a manter e sustentar, ou os conflitos entre os seus membros sejam eles pais, filhos ou irmãos e, claro, a presença do mal como elemento perturbador daquilo que deveria ser o zénite da perfeição. Mas a verdade é que mesmo com todos estes problemas, sejam eles materiais ou do foro pessoal, o ser humano consegue resistir e não perder a esperança”. E foi isso que Javed percebeu: tal como o Boss, até pela mesma relação conflituosa com o pai, também ele entendeu que tudo o que tinha “aprendido” com as letras das canções, sobre homens e mulheres desencantados, possuía um significado muito mais profundo: a família, a aceitação e a reconciliação. <br />O filme da britânica, de ascendência indiana, Gurinder Chadha retrata bem o “caminho de Damasco” e a “cegueira pela luz” de Javed. Enquadrando a história naquele realismo social britânico que tão bons filmes produziu nas décadas de 80 e 90, alguns com fortes incidências musicais (“Brassed Off” ou “The Commitements”, p. exp.) Chandha conseguiu ilustrar na perfeição a influência da música na personalidade de Javed. A realizadora já havia alcançado alguma fama no início do século com uma história de contornos algo semelhantes: “Bend it like Beckam”, em que uma “desenquadrada” rapariga hindi procurava, contra a família, jogar futebol, à semelhança do seu ídolo, o lendário nº7 do Manchester United… A realizadora mostra uma realização competente para levar esta curiosa história até ao seu epílogo redentor, num caminho pleno de risos e lágrimas. As interpretações são as adequadas, mas seria injusto não reservar um aplauso para Viveik Kalra e para Kulvinder Ghir, que interpretam o pai e o filho. Enfim, um “feel good movie” que, além de entreter, tem a virtude de mostrar a enorme riqueza das letras das canções de Springsteen, em especial a uma geração como a actual cujos gostos musicais parecem dar sentido a uma piada do filme: “no futuro, só haverá sintetizadores…”
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Emocionante

Anabela Saúde

Para quem se atreve a sonhar mesmo num mundo que nos empurra sempre para baixo. Anos 80, uma família paquistanesa, uma inglaterra cheia de desemprego, um jovem, inspirado pela música de Bruce Springsteen, ganha força e inspiração para romper barreiras e seguir os seus sonhos - "But till then, tramps like us, baby we were born to run"!! <br /> <br /> Dizem ser um filme leve (!?!!)... é leve mas cheio de emoções fortes!
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