À Porta da Eternidade

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Biografia, Drama 111 min 2018 M/12 31/01/2019 EUA, GB, IRL, FRA, SUI

Título Original

At Eternity's Gate

Sinopse

<div>Antes de se dedicar à pintura, o holandês Vincent Van Gogh teve uma breve carreira como pastor evangelista. Em Paris, para onde se mudou em 1886, cruzou-se com artistas que tiveram uma enorme influência sobre si, entre eles Monet, Pissarro, Degas ou Gauguin. Dois anos mais tarde, partiu para Arles, Sul de França, onde pintou algumas das suas obras mais importantes, marcadas pela solidão e desordem da sua vida. Afundado na depressão, o pintor acabou por morrer a 29 de Julho de 1890, em consequência de um disparo no próprio peito, sem nunca ter tido o reconhecimento e prestígio que viria a conquistar anos após a sua morte.</div> <div>Realizado por Julian Schnabel ("Basquiat", "Antes que Anoiteça", "O Escafandro e a Borboleta"), segundo um argumento seu, de Louise Kugelberg e de Jean-Claude Carrière, um drama biográfico sobre os últimos anos de vida de uma das figuras mais emblemáticas da história da arte ocidental. Estreado na 75.ª edição do Festival de Veneza, tem Willem Dafoe no principal papel – numa prestação lhe valeu a nomeação para o Globo de Ouro e Óscar na categoria de Melhor Actor. Rupert Friend, Oscar Isaac, Mads Mikkelsen, Mathieu Amalric, Emmanuelle Seigner e Niels Arestrup juntam-se ao elenco. PÚBLICO</div>

Críticas Ípsilon

Willem Dafoe num filme torrencial que faz jus à entrega do actor

Jorge Mourinha

É, por onde se quiser ver, o papel da vida de Willem Dafoe, num filme torrencial que faz jus à entrega do seu actor.

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Críticas dos leitores

Vincent por dentro

Nazaré

O fascínio do cinema pelo pintor Vincent Van Gogh não pára. Talvez pela insatisfação com todas as versões anteriores, talvez para exorcizar o terror de viver uma vida como a dele, incompreendido, maltratado, solitário. Sempre foi retratado exteriormente, mas neste belíssimo filme é a partir de dentro que o acompanhamos, o seu fascínio pela luz, a lógica que o animava (nada de loucura) e que escapava a quase todos os seus contemporâneos (para quem só podia ser loucura). O título é muito bem escolhido. Willem Defoe volta aqui a um trabalho de recriação duma personagem histórica, bem ao nível do que fez de Jesus Cristo, com resultados brilhantes e provavelmente sem polémicas.
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2 estrelas

José Miguel Costa

Desta vez Julian Schnabel (o realizador dos filmes "Basquiat", "Antes Que Anoiteça" e "O Escafandro e a Borboleta") não me cativou... Minimamente! De facto, "À Porta da Eternidade" (também escrito por si), um drama biográfico que recria os últimos tempos de vida (passados em França) de Van Gogh (o solitário perturbado – e dependente economicamente do irmão – que viria a tornar-se, no post-mortem, um ícone intemporal da pintura) é simplesmente soporífero (de tal modo que estive numa batalha constante com as minhas pálpebras, que teimavam em cerrar-se). <br /> Verdade que até podemos ficar algo siderados com a performance do Willem Dafoe, bem com a estranheza estética (cujo recurso constante à câmara de mão – do ponto de vista subjectivo –, aos efeitos "meios-desfocados" e aos grandes planos de caras quase nos transportam in loco para o interior da confusa psique do incompreendido holandês) e a belíssima direcção de fotografia (que usa e abusa das diferentes tonalidades do amarelo), todavia, tal não é suficiente para compensar a narrativa aborrecidíssima e confusa de um Schnabel armado ao pingarelho (na tentativa vã de atingir o estatuto de "obra filosófica").
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Relógio de emoções

Raul Gomes

Em cada segundo da interpretação de Dafoe, que se transcende e nos mostra toda a genialidade e fragilidade interior, que é compensada com a grandiosidade das suas obras. Felizmente que somos uma geração, depois da sua morte, privilegiados com a contemplação e compreensão da mesma. <br />Como também o somos por podermos assistir a magistral interpretação de Willen Dafoe, no papel da sua vida. Respiramos e olhamos como ele, como que hipnotizados pelo seu olhar para a beleza da vida, e a sua incessante procura da mesma. <br />Já o sabíamos da excelência das suas interpretações, da sua inconfundível voz, em muitos filmes como narrador, mas esta prestação ultrapassa a dimensão humana do actor, a sua entrega ao papel, atinge um patamar que não julgávamos possível,algures entre a loucura e a genialidade.
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A linha entre loucura e genialidade

Pedro Brás Marques

Nem sempre é fácil traçar a linha que separa a genialidade da loucura. Porque não se sabe onde começa uma e acaba. E mais complicado se torna quando é uma a alimentar a outra, num exercício incestuoso de criatividade. Van Gogh é disso o exemplo perfeito. <br />“À Porta da Eternidade” retrata os últimos anos da vida do pintor Vincent Van Gogh, da sua busca pela “luz que ninguém ainda viu”, a sua vontade não de vender quadros mas de “fazer com que as pessoas se sintam vivas”. O pintor descurava a alimentação, o vestuário e até as suas condições de vida, sempre em busca dessa perfeição inalcançável para todos – menos para ele. As suas explosões criativas traduziam-se numa pintura por impulso, “de uma pincelada só”, para que a emoção fluísse de si e da paleta de cores, fundindo-se na tela.<br /><br />Sobrevivia à custa do irmão Theo e apesar de conviver com pintores como Gauguin ou Cézanne, a verdade é que nunca se deixou influenciar, fiel ao seu espírito e à sua consciência. O passado católico era um das suas tormentas, porque Van Gogh achava que estava a servir a Deus, a ser um executante da Sua obra, pois foi “Deus quem me deu este dom”. O seu mundo, era só isso, um mundo só seu, que naturalmente chocava com o convencionado e normalizado em que vivemos. A loucura está do lado de quem não cede a sua liberdade criativa ou do lado de quem alinha obedientemente no rebanho social? <br /><br />Não é fácil filmar ou interpretar uma personagem atormentada e perturbada como o autor de “A Noite Estrelada” e de “Os Girassóis”. Julian Schnabel, que já assinara o biopic de outro artista, o norte-americano Jean-Michel Basquiat, recorre brilhantemente a vários expedientes para levar o espectador a entrar na mente do pintor. Desde logo, o mais óbvio, o recurso ao plano subjectivo, nomeadamente quando Van Gogh está mais perturbado. Depois, usando o mesmo recurso, coloca personagens a falarem directamente para os olhos de Van Gogh… que são os nossos. Depois, usa uma paleta de tons que mimetiza os do mestre holandês em muitas das suas obras. <br /><br />Tudo isto ajuda a homogeneizar a obra mas nada funcionaria se o actor que interpretasse Van Gogh não estivesse, ele próprio, muito próximo da perfeição. Felizmente, Willem Dafoe encarnou com profunda mestria a personalidade conturbada do autor de “Quarto em Arles” e “Campo de Trigo com Corvos”, fazendo esquecer as composições sobre a mesma personagens feitas por Kirk Douglas em “A Vida Apaixonada de Van Gogh” de Vincent Minelli e de Tim Roth em “Vincent & Theo” de Robert Altman, apenas se comparando à de Jacques Dutronc em "Van Gogh” de Maurice Pialat. Veneza reconheceu-o merecidamente como “Melhor Actor” o que deveria repetir-se nos Óscares, mas para que tal acontecesse era precisa uma certa dose de “loucura”… <br /><br />Normalmente, os biopics procuram centrar-se na reprodução mais fiel possível da vida do retratado. “Às portas da Eternidade” vai mais longe, ao provocar o espectador a questionar sobre os limites da sua própria vivência, do verdadeiro sentido de estar vivo, do alcance da palavra liberdade. E é isso que faz dele um grande filme.
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Acima da Média

Virgílio E. Ribeiro

Penso que o realizador não teve à sua disposição os meios financeiros para fazer um filme de maior envergadura. Mesmo assim, dá-nos um notável Van Gogh, a par de uma excelente interpretação dum ator que, cumpre sempre com brilhantismo, as personagens que os diretores lhes atribuem. Em suma, uma obra que se recomenda aos apreciadores de bom cinema.
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À porta da Eternidade

Umbelina

Vi e recomendo. Um filme contemplativo, filosófico.
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À porta do céu

Rita Bauer

Um filme belíssimo...
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