Começemos pelo acessório: o retomar da carreira de Macaulay Culkin. O papel assenta-lhe como uma luva, sem o afastamento do seu anterior filme ("Party Monster"), face ao estilo que desempenhou e que o popularizou na série "Home ALone". Vamos continuar no acessório: o facto de a criatura (será humana?) que trata de dar nomes aos filmes em Portugal ter-se saído com a tradução mais bácora de que há memória (e sim, estou a lembrar-me de "A minha Namorada Tem Amnésia"). O filme não tem nada de burlesco, nada! E já que estámos no acessório: sim, o filme retrata a América que normalmente elege pessoas com Síndroma de Hasperger para a presidência, mas não o faz de forma irónica. Aliás, trata-se de um filme feito "de dentro" desta perspectiva, algo que está presente no final, que agrada a gregos e troianos (esta piada tem muito mais piada se pensarmos nos "gags" homossexuais do final do filme).<BR/><BR/>Vamos ao fundamental. Um filme sobre o valor do indivíduo numa América religiosa, um filme sobre a união das aberrações, em que todas as pessoas "diferentes" se juntam contra as pessoas "certinhas" (nisto há muito de "Porky's", mas sem a parte da vexação sexual dessa série) para viverem todos num estado superior de compreensão. Um filme que retrata a forma como a hipocrisia, quando aceite por todos, pode ser um "status quo" muito forte, retratado no papel do Director da Escola, que se permite a si próprio viver em adultério mas que não consegue permitir que alguém faça um aborto. A ver, sem dúvida! Quanto mais não seja pelo acessório... ; )