4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias

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Drama 113 min 2007 M/16 17/01/2008 ROM

Título Original

4 Luni, 3 Saptamani si 2 Zile

Sinopse

1987, Roménia, alguns anos antes da queda do Comunismo. Ottila e Gabita, colegas de universidade, partilham um quarto num dormitório de estudantes. Gabita está grávida e o aborto é um crime. As duas raparigas pedem então ajuda a um tal de Senhor Batonementtebé para resolverem o problema. Mas não estão preparadas para o que acontecerá a seguir.  <br />Vencedor da Palma de Ouro em Cannes 2007 e nomeado para o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro, "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias" é mais uma prova da vitalidade do cinema contemporâneo romeno que nos últimos anos tem arrecadado as principais distinções nos festivais internacionais de cinema. É o primeiro de um projecto de vários filmes que visam traçar uma história subjectiva do Comunismo, não falando directamente do período, mas deixando antevê-lo a partir de histórias e opções pessoais que as personagens experenciam. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Clandestino

Luís Miguel Oliveira

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Um aborto num quarto de hotel romeno

Alexandra Prado Coelho

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Críticas dos leitores

4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias

Joao Guerra

O cinema romeno est� na moda, ou pelo menos assim parece, dada a recente prolifera��o do mesmo nas nossas salas de cinema. Ap�s as recentes projec��es de "A Morte do Sr. Lazarescu" e "12:08 A Este de Bucareste", chega-nos agora este "4 meses, 3 semanas e 2 dias" do realizador Cristian Mungiu, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, o ano passado. A ac��o do filme, passa-se, no entanto, 20 anos antes, em 1987, nos �ltimos tempos do comunismo romeno, numa altura em que o aborto era proibido �s mulheres com menos de 40 anos. Trata-se de um filme cru, frio e duro, que nos remete para uma realidade igualmente cruel, o aborto clandestino. Sem moralismos ou ju�zos de valor (n�o � esse o objectivo do filme), o realizador encaminha-nos para uma representa��o demasiado real desse processo. De salientar a forma not�vel como no decorrer do filme, o acto em si � colocado como mais uma tarefa a realizar nesse dia, sem grandes momentos para reflex�o, sem floreados, o que denota bem como o aborto clandestino estava extremamente enra�zado no quotidiano destas pessoas. O mundo n�o para, h� que continuar a frequentar a escola, a ir a um jantar de anivers�rio, enquanto se ajuda (ajuda que vai para al�m do mero apoio moral) a amiga que est� no hotel � espera que se d� o desmancho. Vivia-se numa sociedade em que todos os gestos eram controlados, todas as ac��es suspeitas e cada qual tentava sobreviver num clima de repress�o social. Este � um filme em tempo real, da� que seja paremos para respirar quando as protagonistas tamb�m respiram, vemos o mesmo que as personagens ve�m, da mesma forma que n�o fazemos a minima ideia como o filme vai acabar tal como elas n�o sabem como acabar� esse dia. Apesar de ser um bom filme, est�, quanto a mim, sobrevalorizado, o que adv�m claramente do r�tulo adquirido pelo pr�mio em Cannes.<BR/>http://mr-robinson.blogspot.com/
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A Crua Realidade

Ant�nio Merc�s

"4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias" apresenta-nos um retrato da Rom�nia de Ceausescu em final de regime ditatorial. No entanto, e como em qualquer ditadura, os cidad�os s�o coagidos e limitados nas suas ac��es pelo aparelho de Estado. Tal verifica-se no filme (para al�m dos �bvios elementos de autoridade, como por exemplo a pol�cia) atrav�s da postura de uma simples recepcionista de hotel - no modo autorit�rio com que se dirige a um potencial cliente, pedindo-lhe sumariamente a identifica��o para efeitos de registo.<BR/><BR/>Mediante este opressor quadro social, torna-se evidente que uma quest�o como o aborto n�o seria algo f�cil com que se lidar - particularmente para as intervenientes (ainda hoje n�o o � na maioria das sociedades). Nos meandros destas situa��es, habitualmente cirandam especuladores que procuram tirar o melhor proveito pessoal poss�vel que as mesmas lhes possam proporcionar. � o que sucede �s duas estudantes universit�rias que recorrem ao servi�o de um duvidoso "Sr. Bebe", o qual, a um primeiro n�vel, se apresenta voluntarioso para as ajudar numa situa��o embara�osa para, a um segundo n�vel, reclamar o resto do pagamento por si considerado justo atrav�s do corpo das pr�prias jovens (inclusive, da gr�vida). Trata-se portanto de uma situa��o criada pelo clima de autoritarismo social, o qual condena abertamente a pr�tica do aborto, punindo severamente os seus praticantes. Isto acaba por dar azo ao surgimento de indiv�duos que se aproveitam daqueles que se encontram manietados pela pr�pria situa��o em si. Esta evid�ncia � muito bem retratada no filme - o facto de o "Sr. Bebe" deixar a sua identifica��o "esquecida" na recep��o do hotel denota uma inten��o previamente determinada.<BR/><BR/>O modo como os espa�os s�o apresentados, quer interiores quer exteriores, s�o-no de uma forma assustadoramente claustrof�bica que, por um lado, se constituem como ecos do clima de repress�o social caracter�stico a qualquer ditadura e, por outro lado, funcionam como manifesta��es psicol�gicas da situa��o que as duas protagonistas est�o a viver - particularmente de Ot�lia (Anamaria Marinca). A necessidade que esta tem, por exemplo, em abrir as torneiras na casa de banho, como modo de anula��o do sil�ncio - o simples som da �gua a correr. Ou fugir literalmente do namorado quando se encontra frente-a-frente com mesmo, n�o havendo nada entre ambos para al�m do sil�ncio suscitado pela ang�stia que paira na atmosfera.<BR/><BR/>O argumento (pegando numa tem�tica pouco consensual em termos de opini�o p�blica, como � a quest�o do aborto) constitui-se como um bom ponto de partida para a execu��o deste filme. A narrativa � apresentada do in�cio ao final de forma escorreita, sem qualquer tipo de falhas ou elipses de sequ�ncia desnecess�rias. Em s�mula, trata-se de um excelente exemplo de "narrativa f�lmica", sem necessidade de se recorrer a muitos floreados. A realidade, per se, � assim mesmo - rude, crua, feia, desagrad�vel. E isto � soberbamente retratado por Cristian Mungiu.
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realidades quase esquecidas

m.j.ferreira

quando fui ver o filme �a mais ou menos preparado para o que me esperava.<BR/>Um filme cru,deveras exemplificativo quanto ao quotidiano da vida romena no reinado de Ceausescu.<BR/>Na realidade,atrav�s de varias aguarelas surge-nos um quadro cinzento onde despontam a falta de recursos e opurtunidades a que os romenos na era comunista estavam votados.O contrabando,mercado negro no seu esplendor,o medo,a corrup��o mais ou menos explicita e � frente de tudo a falta de liberdade.<BR/>Mas,em paralelo,surge uma hist�ria que duma forma crua e nua nos mostra o que � um aborto feito duma forma clandestina.<BR/>O filme vai bem mais al�m,as personagens s�o de carne e osso,mas t�m alma,o espectador consegue durante varias fases da pelicula aperceber-se de varios mundos que se enfrentam em simultaneo. O mundo exterior na perfeita ant�tese do mundo interior,tens�es acumuladas convivem com festas anunciadas.<BR/>Gostei e recomendo.<BR/>Como disse antes �a preparado para o que me esperava,mas n�o para tudo o que me esperava.
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Est� de parab�ns o cinema que nos chega da Rom�nia!

HG

Parece existir, na Rom�nia, uma boa "f�brica" de actores que nos colocam dentro da tela, tocados pelos temas que est�o a representar. Depois do perturbante efeito de "A Morte do Sr. Lazarescu", chega-nos uma obra impressionante de Cristian Mungiu, "4 meses, 3 semanas e 2 dias", que pela sua frieza e frontalidade o tornam um filme a n�o perder... para quem gosta de sair de uma sala de cinema a pensar em tudo o que viu. HG
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