Juha e Marja (Sakari Kuosmanen e Kati Outinen, dois habitués no cinema de Kaurismäki) são um casal feliz, que vive no campo. Mas essa felicidade bucólica é ameaçada por um homem vindo da cidade, Shemeika (André Wilss), que chega num carro a alta velocidade, com os cabelos ao vento. O carro sofre uma avaria e, enquanto Juha o arranja, Marja deixa-se seduzir por Shemeika, que lhe acena com as maravilhas da cidade e a convence a partir com ele. No entanto, Schemeika não é o homem que parece e a vida que espera Marja na cidade não tem contornos de conto de fadas. Esta é a história de um triângulo amoroso na forma de um filme mudo, quebrado apenas por ruídos ocasionais (uma porta a bater, o barulho do motor de um carro) e cheio da música da Filmorquestra. A Filmorquestra foi fundada pelo compositor Anssi Tikanmäki e é um projecto que pretende estabelecer uma ponte entre a era dos filmes mudos e os tempos modernos. Tikanmäki já compôs música para clássicos do cinema mudo como "O Couraçado Potemkin", de Eisenstein, "O Último dos Homens", de Murnau e "O Homem da Câmara de Filmar", de Dziga Vertov. Juha, do cineasta finlandês Aki Kaurismäki, é uma adaptação do romance homónimo de Juhani Aho, jornalista e escritor que se tornou um dos autores finlandeses mais conhecidos no início do século XX. <p/>PUBLICO.PT