Evil Does Not Exist - O Mal Não Está Aqui

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Drama 106 min 2023 28/03/2024 JAP

Título Original

Takumi e sua filha Hana moram numa pequena aldeia no centro de uma floresta nos arredores de Tóquio. A tranquilidade das suas existências é ameaçada quando ali surge um projecto de campismo de luxo que pretende atrair turistas com a promessa de experienciar a natureza em estado puro.

A comunidade, que se habituou a rodear-se de montanhas e lagos quase inexplorados, opõe-se, percebendo o quanto isso pode alterar o equilíbrio do ecossistema e das suas vidas.

Seleccionado para o Festival de Veneza de 2023, onde foi recebido com uma ovação de pé e arrecadou o Grande Prémio do Júri, um drama de teor ambientalista com assinatura de Ryûsuke Hamaguchi.

A banda sonora é da autoria da cantora e compositora Eiko Ishibashi, que já tinha colaborado com Hamaguchi no filme Drive My Car, que mereceu o Óscar de melhor filme internacional (Japão), categoria em que também arrecadou um Globo de Ouro e um BAFTA. As actuações ficaram a cargo de Hitoshi Omika, Ryô Nishikawa, Ryûji Kosaka e Ayaka Shibutani. PÚBLICO

Sessões

Críticas dos leitores

Enigmático e minimalista

Paulo Barros

Filme interessante com momentos bem construídos, nomeadamente a reunião entre os habitantes da localidade que vai receber o projeto do campismo de luxo e os representantes da empresa.

Diálogos simples, objetivos que representam fielmente questões ambientais comuns a muitos lugares do mundo. Empresa que apresenta um projeto "verde" que, afinal, colide com a vivência da comunidades. Filme tenso com um final enigmático.

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3 estrelas

José Miguel Costa

Em 2021, o realizador nipónico Ryusuke Hamaguchi presenteou-nos com um dos melhores filmes dos últimos anos, "Drive My Car". Deste modo, não será de estranhar que a expectativa sobre a sua mais recente obra, ("Devil Does Not Exist", que granjeou, entre outros, o Prémio Especial do júri no Festival de Veneza, o Prémio da Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica, o Prémio para Melhor Filme London Film Festival e o Grande Prémio do Júri no Asia Pacific Screen Awards), tenha-me levado a sair de casa, na sexta-feira, enfrentando corajosamente o maléfico Nelson (tempestade).

Todavia, não compensou a chuva que apanhei na moleirinha. Isto porque, nesta espécie de ode à natureza, o habitual "arquiteto das palavras", desta vez, optou por um argumento magro, que dá primazia ao(s) silêncio(s). O enredo do drama ecológico, que explora questões inerentes à dicotomia progresso versus conservação da natureza, "desenrola-se" (de um modo eminentemente contemplativo) no seio duma comunidade rural (próxima de Tóquio) orgulhosa da simbiose entre o seu estilo de vida e o respeito pelo meio ambiente. Harmonia que será posta à prova quando uma grande empresa comunica à comunidade o plano de implantar no território um empreendimento de campismo de luxo, que alegadamente não respeita todas as normas de preservação ambiental.

O realizador, ao longo dos primeiros 45 minutos, numa abordagem exclusivamente naturalista, filma paisagens (recorrendo para o efeito a magníficos grandes planos) e dá-nos conta das (desinteressantes) rotinas domésticas de um indivíduo anti-social (que cuida sozinho da filha pequena), bem como da rigidez das bucólicas interações relacionais com/entre os restantes conterrâneos.

No entanto, sem que nada o faça prever, a determinado momento, dá uma "guinada" no tom até então utilizado e transporta-nos para uma parábola algo confusa e forçada (com um enigmático final em aberto).

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