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Somewhere - Algures

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Drama, Comédia 95 min 2010 M/12 24/02/2011 JAP, FRA, EUA, ITA

Título Original

Somewhere

Sinopse

Johnny Marco (Stephen Dorff) é uma típica estrela de cinema de Hollywood: vive no Chateau Marmont, um luxuoso hotel em Los Angeles, tem um carro topo de gama, mulheres belíssimas à sua volta e uma vida cheia de glamour. Até a ex-mulher deixar ao seu cuidado, e por tempo indeterminado, Cleo, a sua filha de 11 anos (Elle Fanning, irmã mais nova de Dakota Fanning). Este reencontro com a menina que, apesar da idade, demonstra uma grande maturidade, vai ser um momento de viragem para Johnny que sente necessidade de repensar a forma como tem vivido a sua vida. Com argumento e realização de Sofia Coppola ("Lost in Translation"), "Somewhere" foi o filme vencedor da 67ª edição da Mostra Internacional de Arte Cinematográfica de Veneza. <p/>PÚBLICO

Críticas Ípsilon

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Vasco Câmara

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Jorge Mourinha

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Críticas dos leitores

Somewhere: running to nowhere.

Christophe-Paul Sauvage

“Somewhere”, o último filme da Sofia Coppola é uma seca descomunal. É a história dum coitado de um actor rico que se aborrece num hotel de luxo e anda de Ferrari, sempre aborrecido. Coitado. O filme é à imagem do último do pai (“Tetro”): cheio de clichés e de vazio. Muito, muito, muito mau. Fui-me embora depois de 50 minutos com a sensação de ter sido roubado.
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Tédio Somewhere

Cláudia

Se o objectivo da Sofia Coppola era fazer-nos sentir o tédio que é a vida do protagonista, então conseguiu. O filme está francamente longe da qualidade dos anteriores.
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Hmmm

Pedro Jorge Pereira

Para quem viu algum ou alguns dos outros filmes de Sofia Coppola este filme não deixa, de alguma forma, de desiludir. Sente-se um pouco do "toque" de Sofia mas falta talvez um pouco mais de densidade e essência ao argumento e ao filme...
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Somewhere

Clara

Bonito e transmite uma mensagem interessante. Mas não deixa de ser excessivamente parado, até mesmo aborrecido.
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Somewhere

José Costa

Triste rica vida de alguém seguido por uma câmara que torna belo o estar ali sem nada para fazer. Beber, comer e...não chega. As últimas imagens, deixar o hotel, abandonar o carro e começar a fazer aquela estrada, é fim e recomeço. Intrigante, sem dúvida. Triste seguramente.
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Terra de ninguém

Raúl Reis

Os seres normais como nós não conseguem perceber como é que uma pessoa famosa, rica e com uma vida cheia de coisas boas pode ser infeliz. É difícil compreender porque é que Kurt Cobain, Marylin Monroe ou Heath Ledger se suicidaram. Como é que a vida de uma estrela pode ser triste? Sofia Coppola é filha de um dos maiores realizadores do século XX. Ainda bebé, foi actriz nos filmes do seu pai e, antes dos 30 anos, realizou a sua primeira longa-metragem, “The Virgin Suicides”. Sofia Coppola sabe como vivem as vedetas de Hollywood e, certamente, tem um ideia clara dos males que as afligem. O novo trabalho da realizadora conquistou o galardão máximo do festival de cinema de Veneza e mereceu críticas díspares. Têm razão aqueles que acusam a americana de repetir a receita de “Lost in Translation”, mas como não aplaudir um passo em frente, um aperfeiçoamento do prato que nos servem? “Lost in Translation” marcou o início a cinematografia do século XXI, mostrando como é possível estar-se completamente só rodeado de pessoas numa aldeia global cada vez mais cosmopolita. O vazio que preenche a vida de Bob Harris (Bill Murray) em “Lost in Translation” é semelhante à depressão em que vive Johnny Marco (Stephen Dorff) em “Somewhere”.Retirado no mítico hotel de Los Angeles, Château Marmont, Johnny Marco está em convalescença. Os dias sucedem-se e Johnny come e dorme, tem relações sexuais com a primeira que encontra e com as “escort-girls” que contrata, faz algumas aparições públicas obrigatórias e... aborrece-se. Johnny é um conhecido actor que procura sentir prazer mas não consegue. Veja na Wikipédia a definição de anedonia, um estado psíquico que pode acontecer a pessoas que vivem em depressão.Johnny Marco anda em círculos. Vemo-lo simbolicamente acelerar ao volante do seu Ferrari, numa estrada que parece não ter fim, um trajecto que se repete vezes sem conta. Nem sequer uma viagem a Itália vai conseguir mudar o estado de espírito do actor. A única influência positiva vem da sua filha, Cleo (Elle Fanning) que, apesar de ter dez anos, decide tomar conta do pai e obrigá-lo, literalmente, a comer uma refeição quente de vez em quando.Sofia Coppola não vê “Somewhere” como um filme cujo tema é exclusivamente a vida dos actores de Hollywood. Para a realizadora, há assuntos universais em “somewhere” tais como as relações entre pais e filhos e a solidão. O que torna esta obra especial é o facto de se tratar de uma espécie de continuação de “Lost in Translation”. Johnny Marco podia muito bem ser Bob Harris, regressado do Japão e instalado no mesmo hotel porque as relações com a sua mulher não corriam bem.“Somewhere” também podia ter-se chamado “Nothing” porque a personagem principal vive um vazio e sente-se insignificante. No filme há muita gente que parece não sentir nada. Gente que circula de um sítio para outro e que desempenha um papel na vida. Sofia Coppola tem razão: mesmo esta mensagem é universal pois todos representamos papéis, muitos e diversos: pais, filhos, empregados, clientes, professores, alunos... Em “Lost in Translation”, Bob Harris sentia-se perdido e só em Tóquio, tal como Johnny Marco está abandonado aos seus relações públicas em Hollywood e depois em Itália. Sofia Coppola mostra tudo isto como ninguém e para “Somewhere” apostou num trabalho ainda mais nihilista. Um filme em que quase nada acontece, mas do qual não ousamos desviar o olhar. Sofia Coppola fez um filme aborrecido, sobre o aborrecimento mas ninguém se aborrece a vê-lo. Talvez porque a realizadora faça parte deste mundo desde a nascença. Talvez porque seja uma excelente realizadora e argumentista. Talvez por já ter vivido este e neste vazio.
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