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Vertigo - A Mulher Que Viveu Duas Vezes

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Thriller 128 min 1958 M/16 20/12/2012 EUA

Título Original

Sinopse

James Stewart é John Ferguson, um ex-polícia que sofre de vertigens. Contratado por um velho amigo para seguir a sua mulher Madeline (Kim Novak), Ferguson acaba por desenvolver uma paixão obsessiva por ela. "A Mulher que Viveu Duas Vezes", uma das obras-primas de Hitchcock, é um filme para ver e rever e voltar a ver. O cineasta nunca tinha sido – nem nunca mais viria a ser – tão desesperadamente romântico. É quase uma celebração funesta, perversamente necrófila, que avança em estado febril até à eclosão da tragédia. E quem poderia imaginar que o afável James Stewart se tornasse numa presença tão perturbadora? Recentemente eleito o melhor filme de todos os tempos pela "Sight and Sound", é agora reposto em cópia digital pela distribuidora Midas Filmes. PÚBLICO

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Críticas dos leitores

Vertigo

Fernando Oliveira

Primeiro ficamos a saber do porquê da doença de John Ferguson (James Stewart) – ele tem medo das alturas e sofre de vertigens – numa perseguição nocturna pelos telhados de S. Francisco quando fica pendurado num algeroz e vê morrer um colega polícia que o tenta socorrer. <br />Depois vemo-lo a conversar com a sua amiga Midge, antiga namorada dos tempos da Universidade, sobre a sua doença e que vai abandonar a polícia e onde até ouvimos um eloquente diálogo sobre a engenharia associada à sustentação dos seios pelos soutiens. Scottie conta também que recebeu um telefonema de um outro antigo colega deles que o convidou para um encontro. <br />E ainda vemos Hitchcock a caminhar num passeio das ruas da cidade. <br />Quando no fim do encontro com o amigo, este lhe pede para seguir a sua esposa, não por nenhum motivo óbvio, mas porque acha que ela está possuída por alguém falecido, John embora achando a coisa ridícula acaba por aceitar o pedido do amigo. <br />Começa a seguir a esposa do amigo (uma louríssima Kim Novak), e o seu comportamento começa estranhamente a confirmar o diagnóstico do marido: fica parada junto a uma campa, olha obsessivamente para um quadro onde está pintada uma mulher num Palácio da cidade, tem um quarto alugado num hotel instalado numa antiga moradia. E todas estas situações estão ligadas a uma jovem que teve um história triste na segunda final do século XIX. <br />Aceleremos a sinopse do filme: John acaba por salvar Madeleine quando esta se manda à água na Baía de S. Francisco, acabam por se envolver emocionalmente e depois romanticamente. John fica a saber que a tal mulher era a bisavó de Madeleine e que ela sofre de óbvia dupla personalidade. Mas a doença dela agrava-se e ela acaba por se suicidar saltando da torre da igreja da antiga Missão Espanhola”, sitio aonde a avó tinha nascido. Ele incapaz de lidar com as alturas foi incapaz de a impedir… <br />Depois deste acontecimento Hitchcock liga as demenciais espirais do genérico de Saul Bass ao estado de espírito de John. Incapaz de viver com a culpa, ele começa a ver Madeleine em todas as mulheres loiras que vê. Até que encontra Judy (Kim Novak com o cabelo castanho), uma morena em todas as outras coisas igual à mulher que morreu… <br />Aqui Hitchcock é magistral: conta-nos a nós a verdade mas esconde-a de John. A partir desta revelação “Vertigo” poderia ser apenas um magnífico filme policial que continuaria até á descoberta da verdade… <br />Mas não, Hitchcock volta a baralhar a história e o filme passa a contar a obsessão de John. Doentiamente ele quer transformar Judy numa outra Madeleine: roupas iguais e cor do cabelo mudada para loiro; e ela por amor tudo aceita, julga que assim ele também vai amá-la… <br />Essa doentia obsessão deveria terminar quando num último delírio a manda enrolar o cabelo como Madeleine o tinha, só que a história teria de terminar em tragédia, quando descobre a verdade ele é ultrapassado pela própria obsessão: o destino daquela mulher estava escrito desde o principio… <br />Este filme é genial pelo espantoso trabalho de Hitchcock (e com quem ele colabora: não apenas Bass no espantoso genérico, mas também a extraordinária música de B. Herrmann, por exemplo), que consegue conciliar de forma magnífica a ambiguidade de todas as imagens – elas revelam a verdade do que mostram e ao mesmo tempo ocultam outra verdade, o que não sabemos, na primeira parte do filme, o que John não sabe, depois – com a as geométricas linhas do olhar do realizador, daquilo que os personagens olham, dos próprios lugares onde decorrem as acções (e neste aspecto este é um dos mais belos filmes americanos do período clássico, tão belos, e assim de repente, lembro-me de “Notorious” também de Hitchcock e de “My darling Clementine” de John Ford). <br />É também genial pela ambiguidade que acompanha todo o percurso das personagens… para além daquilo que é contado. Há momentos exemplares: a carga erótica que uma descomposta Madeleine transmite no apartamento de John depois de este a ter resgatado das águas da Baía, uma até aí gélida personagem a convidar à transgressão moral; no oposto, quando a uma Judy de pé atrás (julga John) que começa por recusar o convite para jantar, Hitchcock pediu para vestir um vestido verde sem usar soutien, uma carnalidade excessiva que depois John transformaria numa mulher-figura novamente gélida. E há algo mais perturbante do que uma mulher que fez tudo aquilo que sabemos que fez, e se deixe despojar da sua individualidade por amor? <br />Não sei dizer se é o melhor filme de sempre, como uma recente votação indicou, – todos nós temos algumas dezenas de filmes que amamos, e depois desses, uma dúzia deles que colocamos acima de todos; no meu caso “Intolerância”, “Sunrise”, “A boceta de Pandora”, “Laura”, “Double indemnity”, “Os sapatos vermelhos”, os dois que citei acima e mais alguns, e também “Vertigo”; mas sou incapaz de dizer qual amo mais – mas é definitivamente um dos melhores e mais importantes da história do Cinema. <br />Sublime. <br />"eo "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt") <br />
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O clássico, o melhor

Hitchcock fan

É pura e simplesment o melhor filme de "suspense" que existe. Tudo está perfeito, nada falta... Hitchcock dá de novo a prova que é o mestre da sétima arte. A primeira cena e a última são muito enigmáticas e logo deixam de que pensar. A primeira interrompe-se de uma maneira frustrante, levando o espectador a pensar que a situação não tem remédio. A última cena é unicamente o Inferno (no sentido do horrorosamente inexplicável) a surgir perante os nossos olhos. 11/10, pois há outras obras-primas... e esta é a maior!
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