Difamação

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Drama, Thriller 99 min 1946 M/12 01/01/2001 EUA

Título Original

Notorious

Sinopse

Em Difamação Cary Grant e Ingrid Bergman vivem uma história de amor representada como poucas vezes se viu e vê no cinema. Sob o signo da espionagem, Hitchcock aplica a sua mestria e experiência nesta fita considerada uma das suas obras-primas. A Comissão para o Centenário do Cinema em Portugal (composta, entre outros, por João Bénard da Costa e Salvato Telles de Menezes) chegou mesmo a considerar o filme como o melhor do realizador, situando-o no 45º lugar numa lista dos cem melhores filmes de sempre. Alicia (Bergman), alemã naturalizada norte-americana, é filha de um nazi. Em forma de expiação dos crimes do pai, aceita, a pedido do agente Devlin (Grant) tornar-se espia ao serviço dos Aliados. Ao mesmo tempo que se apaixona por Devlin desempenha a sua missão: infiltrar-se na máquina nazi que opera no Brasil e descobrir segredos à volta da produção de urânio. Uma tarefa, à partida, facilitada pelo facto do seu ex-noivo, Alex Sebastian (Claude Rains), ser o líder regional. A ver e rever: a cena flamejante do beijo entre Bergman e Grant. Como (quase) sempre, Hitchcock aparece em cena, desta feita com um copo de champanhe na mão, durante uma festa. Já agora, a acção decorre no Rio de Janeiro, mas o elenco não chegou a pisar solo brasileiro. Foi tudo filmado em estúdio. PUBLICO.PT

Críticas dos leitores

Difamação

Fernando Oliveira

Ela ama-o, mas como julga que ele não a ama e sacrifica-se a casar com outro homem para ajudar a desmantelar uma rede de espiões nazis a operar no Rio de Janeiro. Ele, que também é espião e é quem a recruta para o serviço, ama-a, mas, por frieza profissional ou porque a julga uma mulher fácil, não se deixa comprometer nesse amor. E o outro homem sente por ela uma paixão já antiga.

É esta tremenda perturbação moral que define “Notorious”, uma das muitas obras-primas de Hitchcock, esta realizada em 1946. Ela é Ingrid Bergman, uma das melhores e mais “luminosas” actrizes da história do Cinema, Alicia no filme, filha de um espião nazi que por isso sentir alguma culpa, ou por algum enfado da vida de divertimento que leva, aceita o pedido de Devlin, um espião da CIA, para trabalhar para o Governo dos EUA. Cary Grant é Devlin, que esconde o amor que sente por ela debaixo de uma máscara de profissionalismo e de uma frieza impressionante. Mesmo quando Alicia é “obrigada” a casar com o outro homem (Claude Rains), que a ama e é um dos espiões nazis…

Toda esta vertigem moral que o filme nos mostra é sublimada pela genial mestria de Hitchcock – a forma como trabalha as cenas nos planos, a luz, a extraordinária montagem – que nos atinge e provoca um nó no estômago que não nos abandona até muito depois do fim do filme.

Momentos extraordinários de Cinema são muitos: a festa que Alicia dá, após a condenação do pai, em que a personagem de Devlin é sempre filmada de trás, mesmo quando ela o provoca na brincadeira, e só conhecemos Devlin quando eles por fim ficam sozinhos; quando, já no Rio, na varanda do hotel combinam o jantar, e ela declara o seu amor trocando beijos estranhamente ambíguos e com uma conversa cheia de sugestões e subentendidos (parecida com a que as personagens interpretadas por Cary Grant e Grace Kelly tem anos depois em “Ladrão de Casaca”, durante o piquenique em que comem frango assado); o tremendo suspense da cena em que Alicia rouba a chave ao marido, numa das mais abissais composição de planos do cinema de Hitchcock; a magistral geometria da troca de olhares dos personagens e do olhar do realizador durante a festa na casa de Alicia e do marido; o beijo no jardim junto à porta da adega, quando pressentem que vão ser descobertos pelo marido dela…

E depois o perturbante final em aberto: Devlin consegue resgatá-la da casa do marido que com a cumplicidade da mãe a está a envenenar até ela morrer; ela já moribunda consegue desvendar-lhe o plano do grupo de espiões; percebemos que Sebastian e a mãe vão ser punidos pelos cúmplices pelo descuido de ele ter casado com uma espia americana; mas fica-nos sempre a terrível duvida se ele a resgatou a tempo das garras da morte, se chegou a tempo para, enfim, tirar a máscara e entregar-se ao amor dela…

Um dos filmes maiores da história do Cinema. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")

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