Tralala

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Musical 120 min 2021 M/12 18/08/2022 FRA

Título Original

Sinopse

Apresentada fora de competição no Festival de Cinema de Cannes, uma comédia musical realizada pelos irmãos Arnaud e Jean-Marie Larrieu que conta as aventuras de Tralala (Mathieu Amalric), um músico de rua que vive num edifício abandonado em Paris. Quando parte para Lourdes, um conhecido local de peregrinação católica situado na base dos Pirenéus, é acolhido por uma família local que acredita que ele é Pat, o filho desaparecido há vinte anos. Tralala encontra assim a oportunidade de que precisava para uma nova vida.  PÚBLICO

Críticas Ípsilon

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Luís Miguel Oliveira

Boa surpresa, o filme de Agosto ideal para quem ache que o Verão rima com a melancolia.

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Críticas dos leitores

Tralala

Fernando Oliveira

Tem qualquer coisa de mágico este belo musical que os irmão Larrieu realizaram em 2021. E “Tralala” é um musical daqueles em as conversas entre as personagens são quase sempre cantadas e embora seja notável que não é isso que os Larrieu procuram, o filme assombra-nos com as memórias do Cinema de Demy.

A magia do filme vem da forma como numa terra de “milagres”, a cidade de Lourdes, o filme desliza muito intencionalmente para o onírico, até para a fantasia. Há um milagre sim senhor, até mais que um, mas ele vem da mentira, ou de como essa mentira que Tralala interpreta desperta em todos os outros uma nova vontade de viver.

Tralala é um musico de rua em Paris; estamos em plena pandemia e o dinheiro é pouco; está sozinho, mas um dia uma jovem vestida de azul mete-se com ele, passam juntos algum tempo; mas a jovem desaparece, deixa com ele um isqueiro com a Santa de Lourdes; Tralala “apaixona-se”, e vai atrás daquela “aparição”, encontra-a num hotel, mas é expulso; encontra sitio para dormir num hotel encerrado; na manhã seguinte a proprietária do hotel confunde-o com o filho, Patrick, que tinha partido para os EUA vinte anos antes.

Músico como Tralala, este assume esse papel e esta mentira que vai tocar todos os outros: o irmão, as antigas amantes, a mãe, e o anjo azul que perseguiu até Lourdes. “Acima de tudo, não seja você mesmo”, tinha-lhe dito Virginie (a jovem de Paris), e Tralala, personagem a que Mathieu Amalric dá uma complexidade apaixonante, faz isso mesmo – através da mentira desperta nos outros um “efeito” de verdade.

Depois torna-se também num “anjo azul”. São as belas canções; há também romance e um erotismo brando (é belíssima a cena no quarto com Jeannie, a única que não acredita na sua mentira, mas mesmo assim entrega-se a ela); são os actores, todos muito bons – Amalric, Maïwenn, Josiane Balasko, Mélanie Thierry, Bertrand Belin e Galatéa Bellugi; é muito bonita a forma como as canções contam a história, como isso é mágico.

E, como mesmo depois de todos esta “graça”, somos tocados por uma mágoa muito intensa, não deixamos de sentir uma estranha violência emocional. Isto sim recorda-nos Demy. O filme faz-nos muitas vezes sorrir, é certo, mas Tralala é um personagem tão livre quanto imensamente triste. É por isso.
(em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")

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