R.M.N.

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Drama 125 min 2022 M/12 12/01/2023 ROM, SUE, FRA, BEL

Título Original

R.M.N.

Sinopse

Matthias volta à sua aldeia depois de deixar a Alemanha, onde trabalhou durante vários anos. A sua maior preocupação é Rudi, o filho pequeno que, aos cuidados de Ana, sua ex-mulher, desenvolveu uma série de medos. Mas o seu regresso também se deve à necessidade de cuidar do pai e à vontade de rever Csilla, uma antiga namorada com quem tem esperança de reatar. Mas quando a fábrica de Csilla recebe trabalhadores estrangeiros, conflitos começam a surgir, desequilibrando as relações entre os habitantes da aldeia.
Nomeado para a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, um filme dramático escrito e realizado pelo aclamado realizador romeno Cristian Mungiu ("4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias", “Para Lá das Colinas”, “O Exame”), que conta com as actuações de Marin Grigore, Judith State, Macrina Barladeanu e Rácz Endre. PÚBLICO

Críticas dos leitores

4 estrelas

José Miguel Costa

Mathias (homem rude com uma agressividade latente pronta a eclodir à mínima contrariedade), emigrado há vários anos na Alemanha, foge repentinamente do país de acolhimento em direcção à sua Roménia, após agredir um superior hierárquico em virtude deste ter-lhe dirigido um insulto de teor racista. Chegado à sua aldeia não é propriamente bem recebido pela mulher (devido a um historial de ciúme e violência) e depara-se com o filho que deixou de falar (consequência de um qualquer trauma, ainda desconhecido, mas que o progenitor direcciona para a excessiva protecção materna). Quase no imediato volta a arrastar a asa para uma antiga namorada (sendo correspondido nesta investida, apesar de tratar-se de uma mulher moderna e liberal ao nível dos comportamentos e pensamento), que dirige uma padaria local. Por sua vez, esta encontra-se em dificuldade para angariar trabalhadores (facto que poderá condicionar-lhe o acesso a subsídios provenientes da União Europeia), dado que a generalidade dos homens emigrou, pelo que opta por contratar 3 imigrantes do Sri Lanka. E estão, deste modo, "lançados os dados" que irão dar origem a um autêntico barril de pólvora. Cristian Mungiu, o mais reconhecido e galardoado realizador do denominado Novo Cinema Romeno, servir-se-á deste microcosmo (para expor-nos, sem juízos de valor, perante a imoralidade e as incongruências do nacionalismo populista, da xenofobia e do ódio aos valores humanistas da União Europeia) e utilizá-lo-á como uma exímia parábola (macro) aos "medos" de uma egocêntrica Europa fracturada e egoísta. Para o efeito recorrerá às suas imagens de marca: o realismo "extremo" (embora nesta obra se revele ligeiramente mais soft e surja, igualmente, com uns laivos de thriller) e a agreste/apelativa fotografia sombria. Realce-se, ainda, a existência de um magnífico plano-sequência de 15 minutos (durante o qual a população esgrime acaloradamente argumentos contra a permanência dos estrangeiros) e um (interessante) final atipicamente onírico.

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