Regresso ao Pó

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Drama 131 min 2022 M/12 15/12/2022 China

Título Original

Sinopse

Ma e Cao (Wu Renlin e Hai-Qing, respectivamente) vivem numa pequena aldeia chinesa. Sendo ambos pobres e solteiros, as duas famílias combinam o seu casamento. Esta é uma união de conveniência, uma vez que ele é o último da família por casar e ela é deficiente, infértil e, por isso, considerada pouco desejável. Este arranjo poderia tornar as suas vidas ainda mais difíceis. Contudo, compreendendo o lugar um do outro e a rejeição a que sempre foram sujeitos, Ma e Cao aproveitam a oportunidade para mudar o seu destino. E entre eles surge um amor terno e sereno, que lhe vai proporcionar uma felicidade inesperada.
Em competição no Festival de Cinema de Berlim e em antestreia nacional no Lisbon & Sintra Film Festival – onde recebeu o Prémio do Júri João Bénard da Costa –, uma história sobre as dificuldades da vida rural na China, mas também sobre o enorme contentamento encontrado nas coisas simples da vida. A realização é da responsabilidade do chinês Li Ruijun. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

A terra a quem a trabalha

Jorge Mourinha

Um dos raros filmes chineses recentes a passar fronteiras, e um belo exemplo de como o neo-realismo pode ser actualizado para os nossos dias com inteligência.

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Críticas dos leitores

Regresso ao pó

Ana Braga

Um interessante e inteligente documentário.

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4 estrelas

José Miguel Costa

"Regresso ao Pó", escrito e dirigido pelo jovem cineasta chinês Li Ruijun, é uma espécie de drama neorealista "sensivel" e de ritmo pausado, que critica de forma agridoce (o que, mesmo assim, não impediu que o regime autoritário de Ji Jinping proibisse a sua exibição no país) a politica de realojamento forçado dos camponeses sem atender às suas necessidades/estilo de vida (com consequente demolição das habitações rudimentares que detinham nos seus terrenos agricolas), encaminhado-os para grandes subúrbios, com o objectivo de erradicar a visibilidade da pobreza. Apesar desta temática de base (secundária), não antecipem estarmos perante uma obra panfletária aguerrida e/ou emocionalmente manipuladora (pelo contrário!). Trata-se de um insólito (porém "banal") conto sobre amor puro (não carnal, baseado no companheirismo) e a resistência passiva/pacífica às adversidades, cuja "acção" decorre no árido noroeste rural da China e tem como protagonistas (para além do burro) dois solitários inadaptados (desprezados e explorados pelas respectivas famílias) que juntaram os trapinhos graças a um "casamento arranjado". Ma (um visceral não actor, residente local - tio de Li Ruijun), o mais velho de quatro irmãos (desejosos de livrarem-se dele), é um camponês pobre, que não comunica com ninguém devido à sua timidez e humildade; Cao (encarnada magistralmente pela popular Hai-Qing) é sua alma gémea de infortúnio, com a agravante de possuir uma deficiência física e padecer de incontinência urinária (tornando-se motivo de embaraço constante). Todavia, contra as expectativas de todos a união destes injustiçados seres bondosos irá vingar (fruto do apoio e compreensão mútuas) e, incluse, o elemento masculino passará a ser alvo de inveja por parte dos restantes aldeões, por possuir um tipo de sangue raro que permitirá salvar a vida do homem mais rico da zona (facto do qual recusará tirar qualquer proveito próprio). Filmado com uma rigorosa solenidade (ao sabor dos diversos ciclos da natureza) em bucólicos cenários naturais (e dotado de uma fotografia de excelência rica em cores fortes), revela-se um "poema visual" que nos arrebata através de um incessante desfilar (elegante) de "pinturas vivas" (puro naturalismo em bruto). De igual modo, a sua (parca, mas rica) narrativa reforça o poder lírico das palavras simples e/ou não verbalizadas (já que as expressões faciais valem per si).

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