Regresso a Seul
Título Original
Sinopse
Freddie – interpretada por Park Ji-Min, artista plástica coreana que vive em França desde os oito anos de idade – decide conhecer a Coreia do Sul, o seu país natal. Adoptada em bebé por um casal francês, ela sente curiosidade em descobrir as suas origens, conhecer os pais biológicos e perceber os motivos que os levaram a abandoná-la. Apesar de a levar por caminhos tortuosos, essa vai ser uma importante jornada de transformação e de descoberta de si mesma.
Explorando questões sobre origem, identidade, adopção internacional e racialização, este drama foi realizado e escrito pelo francês de origem cambojana Davy Chou (“Le sommeil d'or”, “Diamond Island”), que se inspirou na verdadeira história de Laure Badufle, uma amiga sua. PÚBLICO
Realizado por
Elenco
Críticas dos leitores
4 estrelas
José Miguel Costa
O filme "Regresso a Seul", do cineasta franco-cambodjano Davy Chou, é um delicado e, simultaneamente, frenético melodrama (de cariz marcadamente observacional) sobre reencontros familiares, cuja principal força motriz advém da performance da magnética protagonista, a actriz não-profissional Park Ji-Min. No centro da acção (algo inconstante em termos de ritmo) encontramos uma jovem francesa de ascendência coreana (entregue para adopção internacional pelos progenitores, aquando do seu nascimento - prática comum num determinado período histórico), que retorna ao país de origem por mero acaso (devido a falha num voo que tinha como destino Tóquio, para onde seguia com um intuito turístico). Deste modo, independentemente desta espelhar uma postura de ocidentalizada bad girl emancipada e "bem resolvida", vê-se invadida por um turbilhão de emoções contraditórias, quando confrontada com o completo desenraizamento e desconhecimento da cultura que está inscrita nos seus genes. Motivo pelo qual o seu manifesto desinteresse inicial em conhecer os pais biológicos (por puro ressentimento), durante as duas semanas de estadia naquele território, foi-se dissipando, dando por si inesperadamente numa busca activa pelos mesmos (alegadamente por mera curiosidade, já que não pretendia dar continuidade a qualquer futuro relacionamento). Todavia, esta acabará por ser a primeira de várias curtas viagens que trarão de volta à Coreia do Sul a intensa, provocadora e desconcertante/imprevisivel jovem, pelo que acampanharemos a evolução do seu perfil psicológico e o estabelecimento de (ténues) relações interpessoais e familiares, uma vez que a narrativa possui múltiplos saltos temporais. Esta segmentação da obra, apesar de compreensível se atendermos à mensagem que o cineasta pretende transmitir ao espectador, acaba por retirar alguma "integridade"/coesão ao todo, bem como diminuir a carga emocional (possivelmente, propositalmente - até porque, felizmente, a lamechice barata e a tentação de uma resolução "feel god" são excluídas).
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