A Prisioneira de Bordéus
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Ver sessõesAlma (Isabelle Huppert) é uma mulher da classe alta, cujo marido, um neurologista conceituado, cumpre pena de prisão. Mina (Hafsia Herzi), uma jovem empregada doméstica, tem o marido preso na mesma ala que o de Alma. Durante uma visita, Alma percebe que Mina, que mora longe, não tem onde ficar e oferece-lhe estadia em sua casa. Esse gesto forja um laço inesperado entre as duas mulheres que, apesar das grandes diferenças de personalidades e estilos de vida, se encontram num momento que poucos conseguem entender.
Este drama, realizado por Patricia Mazuy ("Bowling Saturno"), conta com argumento de François Bégaudeau, Pierre Courrège e Mazuy, em colaboração com Émilie Deleuze. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
A Prisioneira de Bordéus:Uma questão de mulheres, uma questão de classes
A Prisioneira de Bordéus, de Patricia Mazuy, é um belo filme político, mas daquele género que remete a política para o subterrâneo e a filma como uma força simbólica.
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Cinema City Alvalade, Lisboa
17h10
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Críticas dos leitores
2 estrelas
José Miguel Costa
O filme "A Prisioneira de Bordéus", da realizadora francesa Patricia Mazuy, é um drama tépido (com umas pinceladas de policial e comédia) que aborda subtilmente as temáticas do privilégio de classe, a (ilusória) integração das minorias economicamente desfavorecidas e a emancipação feminina.
A história (excessivamente) simples e pouco credível (que nos impede de estabelecer uma relação emocional com a fantástica dupla de protagonistas - a diva Isabelle Huppert e Hafsia Herzi) coloca-nos perante o eclodir abrupto de uma amizade improvável entre duas mulheres, provenientes de realidades sociais diametralmente opostas (uma excêntrica bailarina aposentada de classe média alta versus uma jovem adulta de ascendência árabe sem rede familiar de suporte, residente num bairro social, com vinculo laboral frágil e dois menores a cargo), que se cruzam na sala de visitas da prisão em que os respectivos maridos estão detidos.
Um pouco aquém das expectativas
Martim Carneiro
Um filme que se vê com agrado, sem arrebatamentos ou entusiasmo, até porque a história não se presta a isso. Sem embargo, belíssimas interpretações, no cinema francês para encerrar bem o final da primavera.
A prisioneira de Bordéus- spoiler
Fernando Oliveira
Primeiro conhecemos Alma, ela “dança” numa florista, compra um ramo, ela vive numa enorme mansão cheia de obras de arte, uma burguesa; mas se ela dança percebemos que nela habita uma tristeza, vive num mundo que é só dela. Isabelle Huppert é Alma. O marido está preso. É neurocirurgião, embriagado atropelou uma mãe e a filha, a mãe morreu.
É na sala de espera da prisão que repara em Mina, esta “enganou-se” no dia da visita e como não a deixam entrar, discute com os funcionários, faz barulho, teatraliza. Mina é uma mulher de origem magrebina que vive com os dois filhos num apartamento nos subúrbios de uma cidade a duas horas de viagem de Bordéus. O marido está preso porque roubou uns relógios valiosos. Hafsia Herzi é Mina.
Nesse dia Alma convida Mina a dormir lá em casa. Depois, a viver com ela, arranja-lhe emprego na clínica do marido, e Mina muda-se para lá com os dois filhos. É assim uma ligação de duas mulheres sustentada em quase nada, e corroída pelas diferenças sociais. Uma e outra “roubam” alguma coisa à outra: Alma tenta “puxar” Mina para aquela realidade que é só dela, em longos monólogos conta-lhe a sua vida, foi bailarina, ama o marido mas o seu casamento não “existe” há muito tempo; Mina fica com a segurança e o conforto para ela e para os filhos.
Há em Mina um distanciamento, uma reserva, que impede que o “mundo” de Alma a toque. Qual delas é a prisioneira de Bordéus (e a palavra no singular é desafiante)? Estão ambas presas às regras “impostas” à sua condição social, e se é essa condição, as circunstâncias da vida de cada uma, que as afastam no fim, que faz Alma expulsar Mina da mansão, alguma delas deixa de ser “prisioneira” dessas circunstâncias? No fim, Alma abandona a casa e o marido e “rouba-lhes” os quadros; Mina vai visitar o marido, leva a saia curta que ele tinha pedido na visita anterior, mas os filhos vão com ela para não haver sexo.
Não fica Alma “presa” na sua irrealidade, e Mina na sua realidade? Patricia Mazuy conta-nos tudo isto num filme que “avança” como a água numa superfície plana, sem ondulação, um sossego “incómodo”, mas onde de forma subterrânea mas implicitamente “violenta” está inscrito o peso das diferenças sociais.
É um filme profundamente político sobre a “parede” social intransponível que separa aquelas duas mulheres. Tudo isto filmado com uma elegância, com uma beleza formal, que nos deslumbra. E com duas actrizes extraordinárias, Isabelle Huppert e Hafsia Harzi são soberbas. Um filme muito belo, mesmo na sua tristeza “desorientada”. E são tão poucos os filmes assim. Difíceis. Como se os filmes tivessem de ser fáceis de ver? (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")
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