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Pequenas Coisas Como Estas

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Histórico, Drama 98 min 2024 M/12 09/01/2025 EUA, BEL, IRL

Título Original

Com acção ambientada em 1985, numa pequena vila irlandesa onde a população se habituou a seguir as regras estritas da Igreja Católica, esta é a história de Bill Furlong, um vendedor de carvão honesto e muito pobre, que se esforça por alimentar a mulher e as cinco filhas. Durante a semana perto do Natal, numa entrega de carvão, Bill faz uma descoberta chocante: uma jovem grávida aprisionada num barracão que, vem mais tarde a descobrir, é mais uma vítima das punições impostas pela abadessa de um convento. Dominado por um conflito interior que o faz regressar às dolorosas memórias da própria infância, quando vivia aos cuidados de uma mãe solteira, ele tem de decidir se continua a agir como se nada se tivesse passado ou se arrisca a pouca estabilidade da sua vida lutando pelo que está certo.

Com produção de Ben Affleck, Matt Damon, Cillian Murphy e Alan Moloney, este drama teve a sua estreia no Festival de Berlim e é realizado por Tim Mielants. O argumento, da autoria de Enda Walsh, tem por base o “best-seller” de Claire Keegan, finalista do Booker Prize de 2022.

“Pequenas Coisas como Estas” é dedicado às mulheres vítimas das Lavandarias de Maria Madalena, uma rede de instituições geridas por ordens religiosas, com financiamento do Estado e activas até ao final da década de 1980, onde milhares de mães solteiras, órfãs ou que eram simplesmente vistas como namoradeiras foram ali depositadas para expiar os seus pecados e sujeitas a trabalho escravo, violência física e psicológica. Com Cillian Murphy no papel principal, conta ainda com Eileen Walsh, Michelle Fairley, Emily Watson, Clare Dunne e Helen Behan. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Pequenas Coisas Como Estas. A moral da história

Jorge Mourinha

A novela da irlandesa Claire Keegan sobre as “lavandarias de Maria Madalena” recebe uma adaptação sólida e sensível, mas sem sinais particulares.

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Sessões

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Críticas dos leitores

O Noivo de Cristo

Paulo Guerra

Deleitosamente lenta, a trama espalha a sua melancolia pelos recantos de uma Irlanda cruel, cuja Igreja tão mal tratou as suas filhas caídas em desgraça. Bill Furlong, filho de uma mãe que muito bem poderia ter ido parar ao convento, àquele convento de noivas de Cristo, a tudo assiste impávido e sereno, com uma caridade de eremita, com uma tranquilidade de bom samaritano.

A sua família, como toda a aldeia, depende das boas graças das Madres. Mas ele insiste em dar a mão às incautas raparigas que bem poderiam ser uma das suas cinco filhas. E resiste à indiferença, fazendo a justiça dos caridosos, o caminho do veredicto verdadeiramente cristão.

Cillian Murphy é fenomenal. Traz o filme às costas, com os silêncios falados da alma, com a água irrompendo dos olhos, sem aviso, a qualquer hora. Amei a sua contenção, o lusco fusco da sua imagem acinzentada, carregando o carvão para os outros, capaz de lhes dar o calor naquele Natal.

É um filme triste como breu, com aquela tristeza que se gosta de sentir, que redime e não magoa. O ideal para um tempo destes em que o mundo vê chegar ovos de serpente, políticos desventurados e líderes doidos varridos... A sina de Cristo anda por ali. Não a das suas noivas mas a do Pai que não tem culpa das filhas que gerou. Redentor. Solenemente vagaroso. Abrupto como as tempestades surgidas da eterna calmaria. E aquele constante lavar de mãos de Bill dá-nos a certeza de que a culpa nem sempre é alheia.

O que se passa na infância não fica na infância. O presente é tantas vezes interpretado à luz desse nosso passado. A botija de água quente que se recebe a contragosto naquele Natal da infância - em vez do David Copperfield - lavará as suas mãos. Limpas como a neve.

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Os Feministas são os melhores homens do mundo

Leonor

Baseado no livro de uma best-seller irlandesa, este filme produzido, realizado e protagonizado por homens, retrata a perversidade de sociedades religiosas lideradas por fundamentalistas mulheres que com o argumento do pecado escravizam outras e submetem toda uma cidade ao silêncio. Só que não. O carvoeiro conhece bem o fogo do inferno e decide à lareira da abadessa que não passará deste inverno obedecer à lei mais importante do mundo. A da nossa consciência.

Parabéns aos homens deste filme. São melhores feministas do que eu.

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