Leonora Addio

Imagem Cartaz Filme
Foto
Votos do leitores
média de votos
Imagem Cartaz Filme
Foto
Votos do leitores
média de votos
90 min 2022 M/12 02/02/2023 ITA

Título Original

Sinopse

Nascido em 1867, Luigi Pirandello foi um dramaturgo, poeta e romancista italiano, agraciado com o prémio Nobel de Literatura de 1934. Com a sua morte, a 10 de Dezembro de 1936, o governo fascista de Benito Mussolini não permitiu que suas cinzas fossem devolvidas a Agrigento, sua terra natal, como era desejo do escritor. Após o fim do regime, já em 1947, com a aprovação do Presidente do Conselho de Ministros, a sua urna foi levada do cemitério de Verano para Palermo, onde foi homenageado com um segundo funeral. As suas cinzas foram finalmente transportadas para Agrigento no ano de 1951. Com realização e argumento de Paolo Taviani, este filme usa diversas filmagens de arquivo do próprio dramaturgo, que entretanto mistura com cenas ficcionadas, para mostrar todo esse percurso. PÚBLICO

Críticas dos leitores

3 estrelas

José Miguel Costa

Paolo Taviano, possivelmente o mais velho (92 anos) realizador italiano no activo, no seu mais recente filme ("Leonora Addio") conta a história ficcionada (algo críptica) do falecimento do Prémio Nobel da Literatura Luigi Pirandello, ocorrido em 1936 na capital italiana, e a inerente deposição das suas cinzas (desde o momento da cremação até à chegada ao local final do "descanso eterno", junto à sua árvore favorita na Sicília). Refira-se que este deliberou que aquando da sua morte não pretendia quaisquer homenagens póstumas ou ou cerimónia fúnebre estatal. Ao invés, queria simplesmente ser transportado no mais barato caixão de madeira e transformado em cinzas (a depositar na sua ilha natal). Todavia, este processo, aparentemente banal, foi alvo da burocracia e de uma série de atribulados eventos surreais, pelo que apenas foi concluído cerca de 20 anos depois. Apesar da temática soturna, e do "luto" da excelente fotografia de alto contraste a preto e branco, a original narrativa de "Leonora Addio" (que mistura ficção com trechos de filmes de realizadores de culto italianos e imagens reais de arquivo - que retratam não apenas o escritor/dramaturgo, mas também o contexto sócipolitico que à época corroía o país) revela-se impregnada por um subtil humor sarcástico que ironiza sobre o regime fascista no poder e a igreja católica. Na segunda parte da obra (filmada a cores) surge, de modo desgarrado, uma "curta-metragem" (baseada no último conto escrito por Pirandello, "O Conto") sobre um rapaz imigrante italiano que, sem se perceber a motivação, mata uma menina nos EUA. Parece não ter qualquer outra conexão com a história inicial que não o facto de explorar, igualmente, a morte e os cultos fúnebres póstumos.

Continuar a ler

Envie-nos a sua crítica

Preencha todos os dados

Submissão feita com sucesso!