//

O Romance de Jim

Imagem Cartaz Filme
Foto
Votos do leitores
média de votos
Imagem Cartaz Filme
Foto
Votos do leitores
média de votos
Comédia Dramática 101 min 2024 M/12 06/03/2025 FRA

Título Original

Sinopse

Jim (Eol Personne) é um miúdo que está a ser educado por Aymeric (Karim Leklou), o namorado de Florence (Laetitia Dosch), sua mãe, que se juntou a ela ainda grávida. Vivem bem nas montanhas de Jura, na zona do parque natural de Haut-Jura, na fronteira entre a França e a Suíça, até ao dia em que Christophe (Bertrand Belin), o pai biológico de Jim, decide conhecer o filho e fazer parte da sua vida. Tudo fica virado do avesso e a ligação entre Jim e Aymeric, o único pai que a criança conheceu até então, é posta à prova. Um melodrama dos irmãos franceses Arnaud e Jean-Marie Larrieu adaptado do livro homónimo de Pierric Bailly, saído em 2021. PÚBLICO

Críticas dos leitores

O romance de JIm

Fernando Oliveira

A história de Jim é-nos contada pelo olhar de Aymeric. E a coisa mais bonita deste filme é a imensidão contida nesse olhar, a expressão dos olhos de Karim Loklou, o extraordinário actor que o interpreta, como olha os outros personagens e como olha para nós que o vemos no ecrã, como através desse olhar nos puxa para ele. Um entrelaçamento comovente.

Aymeric é uma daquelas pessoas que vive a vida sem se chatear. Sem se envolver. Como a água a correr numa superfície plana. Mas há neste alheamento uma suavidade que toca os outros, uma pessoa de quem é fácil gostarmos muito. Pode ser um olhar triste, pode habitar nele uma melancolia por vezes sofrida, mas é alguém que “agarra” os outros. Aymeric arranja uma namorada, envolve-se em pequenos roubos, é preso por pouco tempo.

Quando sai conhece Florence (Laetitia Dosch) grávida de seis meses de Jim. Iniciam uma relação e os três vão viver para a casa da mãe dela nos Alpes. Um idílio, até aparecer Christophe, o pai biológico de Jim, que Florence quer ter na vida deste. Assim como naquela frase de Dante que um outro personagem de um outro filme dos irmãos Larrieu (“O Amor é um Crime Perfeito”), gostava de citar nas suas aulas, “a meio caminho da nossa vida descobri-me numa floresta escura…”, Aymeric sente-se perdido, mais ainda quando Florence decide ir viver com Christophe para o Canadá levando Jim com eles.

Demora vinte e tal anos a história de “O Romance de Jim”, há uma mentira que destrói a relação de Jim e Aymeric, este recomeça de novo com outra mulher, noutro lar reconstruído em família. Hão muitas elipses que sublimam as emoções. Há um reencontro doloroso e um final feliz pois então, que a personagem merece.

“O romance de Jim” é assim um filme sobre a paternidade, sobre a família como algo que se constrói e reconstrói, que questiona a verdade das relações, filmada em boa parte na beleza quase mágica dos cenários montanhosos (coisa que os Larrieu muito gostam de fazer: ritmar os tempos da natureza e da história); uma história que nos é contada por Aymeric sobre a sua relação com o filho, uma ausência, e que se “torna” por isso num romance que ele nos dá a “ler”. Depois de “Pintar ou Fazer Amor”, “O Amor é um Crime Perfeito” e “Tralala” (os outros três filmes que deles conheço), este é mais um belo filme de Arnaud e Jean-Marie Larrieu. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")

Continuar a ler

O romance de Jim

Armando Reis

Em volta dos sentimentos pode construir-se um bom filme.

Continuar a ler

3 estrelas

José Miguel Costa

Aymeric (Karim Leklou, galardoado com o César para Melhor Actor pela interpretação deste personagem), um tipo solitário (que se distrai a tirar fotografias) e bonacheirão (independentemente de ter acabado de cumprir pena de prisão), encontra numa saída nocturna nos "confins de França", por mero acaso, Florence, uma antiga colega de trabalho.

Ela, tal como ele, está solteira (e grávida de 6 meses!), e a conexão entre eles (anteriormente inexistente) é tão intensa que juntam os trapinhos num ápice. E vivem felizes (não para sempre!) até ao dia em que o pai biológico do Jim (a criança que Aymeric considera seu rebento, e com a qual mantém uma relação afectiva de excepção) decide dar um ar da sua graça e, por consequência, o par maravilha desmorona-se.

Grosso modo, este é o mote do intimista e paciente (em demasia) drama familiar (cujo desenvolvimento vamos acompanhando ao longo de 25 anos, desde o ano 2000 até à actualidade), dirigido pelos irmãos Arnaud Larrieu e Jean-Marie Larrieu, que versa acerca da paternidade e a dor da perda/afastamento involuntário. Embora seja um filme sobre sentimentos, estranhamente exprime-os de um modo algo distanciado e, em determinados momentos, quase "postiço".

Continuar a ler

Envie-nos a sua crítica

Preencha todos os dados

Submissão feita com sucesso!