Johnny Coração de Vidro

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Acção, Crime 106 min 1962 03/11/2022 JAP

Título Original

Garasu no Jonî: Yajû no yô ni miete

Sinopse

O realizador japonês Koreyoshi Kurahara inspira-se vagamente no filme A Estrada (1954) de Federico Fellini, para contar a história de Mifune, uma jovem comprada por Akimoto ao seu pai, um pescador muito pobre. Quando é salva por Joe, ela liga-se ao seu salvador. Jô Shishido, Izumi Ashikawa, Jôji Ai, Daisaburô Hirata, Noriko Matsumoto, Toyoko Takechi, Yôko Minamida, Yoshihiro Nakadai e Fudeko Tanaka dão vida às personagens deste drama a preto e branco. 

Críticas dos leitores

Johnny Coração de Vidro

Fernando Oliveira

Um melodrama excessivo como todos os melodramas devem ser, capaz de comover até àqueles que tenham um coração empedernido. “Johnny coração de vidro” é um dos filmes que a The Stone ant the Plot fez estrear em Portugal o ano passado integrado numa segunda leva dedicada aos Mestres Japoneses Desconhecidos; foi realizado por Koreyoshi Kurahara em 1962 e é um filme maravilhoso. É contado num Japão ainda longe da modernidade, mas com personagens já longe dos traumas da guerra. Gente que vive na miséria material e na miséria moral. Mifune é uma adolescente que vive com a mãe e os irmãos, sobrevivem da recolha do sargaço. A mãe vende-a a um homem, a prostituição é o destino. Foge num comboio (e a importância que os comboios têm neste, e noutros filmes japoneses da época). Mifune tem um toque de loucura, e uma memória que lhe dá esperança, mas que talvez seja a razão dessa loucura: na praia conheceu um homem, um poeta, que lhe ensinou uma canção sobre um amor que a virá resgatar, Johnny será o nome desse homem; no dia seguinte, o poeta entra no mar até se afogar. Na cidade, Mifune é “salva” por Joe, fascinado por corridas de ciclismo. Mifune aprende a ser feliz e Joe, mesmo sem o saber, apaixona-se por ela. Joe precisa de dinheiro, Mifune volta a ser vendida, e a quem a “salva” a seguir é o homem que a comprou à mãe. Mas este homem também tem um passado triste, Mifune volta a ser abandonada. Regressa a casa, um regresso excruciante seguindo a linha do comboio, Tolstoi a bater à porta. Os dois homens descobrem na sua solidão que amam Mifune, “correm” à sua procura, tarde demais, Mifune escolheu ir ao “encontro do seu Johnny. O final é absolutamente triste. Sublime é o adjectivo que me ocorre, num filme cuja história provavelmente bebe nos filmes americanos dos cinquenta sobre a rebeldia juvenil (Ray), mas talvez também nos melodramas de Sirk e Stahl. E os planos-sequência são angustiantes, os travellings sentimo-los como chapadas; a irracionalidade que acompanha as personagens parece que encharca a realização de Kurahara. E é coisa rara vermos um filme que nos esmaga assim emocionalmente. E realizado por alguém que desconhecia. Como deve ser magnífica a História ainda “escondida” do Cinema. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")

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