III Guerra Mundial

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Drama, Aventura 117 min 2022 19/01/2023 Irão

Título Original

Sinopse

Depois de ter perdido a mulher e o filho num terramoto, Shakib (Mohsen Tanabandeh) sobrevive como pode com o parco dinheiro que ganha a trabalhar na construção civil. Sem lugar para morar, dorme onde calha. A única coisa que o prende à vida é Ladan (Mahsa Hejazi), uma prostituta surda. Um dia, é abordado para entrar como figurante num filme sobre a Segunda Guerra Mundial, e depois como protagonista. Isso vai dar-lhe algum alento para reconstruir a sua vida e encarar o futuro de outro modo. Mas a presença de Ladan pode deitar tudo a perder.
Em competição no Festival de Cinema de Veneza 2022 – onde arrecadou o Prémio Orizzonti para melhor filme e actor (Tanabandeh) –, este drama tem realização e argumento do iraniani Houman Seyyedi. PÚBLICO

Críticas dos leitores

4 estrelas

José Miguel Costa

"III Guerra Mundial, a primeira longa-metragem do iraniano Houman Seyedi estreada em Portugal, que se engrandece devido à notável interpretação do protagonista (Mohsen Tanabandeh), é um drama social (sobre a exploração laboral das classes sociais com maior debilidade económica), algo bizarro em virtude do seu humor negro. Com divertidas reviravoltas ao nível do enredo, constitui-se como uma espécie de alegoria (dotada de um ritmo imparável de transições orgânicas entre géneros) sobre o(s) processo(s) que leva(m) os mais desfavorecidos a aderir, por desespero e/ou decepção, à banha da cobra vendida pelos extremistas movimentos politicos populistas. Tanabandeh (que arrecadou o prémio de melhor actor no Festival de Veneza) interpreta Shakib, um banal homem (nem herói, nem vilão) ingénuo e facilmente manipulável, que se transformou num sem-abrigo após um terramoto que lhe destrui a casa (e ceifou a família). Desde então subsiste à custa de pequenos biscates braçais, sendo que o parco dinheiro que consegue amealhar é gasto quase na integra com os serviços de uma prostituta surda-muda (pela qual nutre um sentimento especial). Num desses trabalhos ocasionais é transportado para uma quinta, na qual está a ser rodado um filme sobre o holocausto nazi. Após uma série de peripécias, vê-se obrigado a representar o papel de Hitler, sem que tal implique qualquer melhoria das abusivas condições laborais. Gradualmente, e perante as constantes injustiças/humilhações de que é vitima (muitas das quais de cariz metafórico), a sua personagem vai-se desconstruindo, e "enchendo o saco" até atingir um limite que o levará a "entornar o caldo" de modo irreversível.

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