Cuidado com essa Puta Sagrada

Imagem Cartaz Filme
Foto
Votos do leitores
média de votos
Imagem Cartaz Filme
Foto
Votos do leitores
média de votos
Drama, Comédia 103 min 1971 10/05/1971 ALE

Título Original

Warnung vor einer heiligen Nutte

Sinopse

Rainer Werner Fassbinder tinha 26 anos quando realizou, a partir da sua experiência e em tom auto-irónico, esta fita sobre o próprio acto de filmar – ou de tentar concretizar um filme, num clima de tensões, confusões, atrasos e disfunções, em que a equipa está em modo de frustração contínua perante essa “puta sagrada” que é a câmara. 
Seguem-se As Lágrimas Amargas de Petra von Kant, O Mercador das Quatro Estações, O Medo Come a Alma, Amor e Preconceito, Mamã Küsters Vai para o Céu, Roleta Chinesa e O Casamento de Maria Braun. PÚBLICO

 

Críticas dos leitores

Cuidado com essa puta sagrada

Fernando Oliveira

“Cuidado com essa Puta Sagrada” foi realizado em 1971 e é sem grande discussão uma obra datadíssima e sem qualquer interesse formal ou narrativo. É notório que aquilo que melhor define o cinema de Fassbinder - olhar para os corpos, para o confronto entre as sexualidades e os sentimentos, as dependências consequentes das relações poder, e a fragilidade das interações sociais – já encharca todo o filme. Ou como esse olhar define Fassbinder como um cineasta de um tempo e de um país, a Alemanha, conflituosos. Um olhar totalmente político.

Fassbinder chegou mais tarde que os cineastas que assinaram o Manifesto de Oberhausen em 1962, onde começou o Novo Cinema Alemão. Veio do Teatro, criou “um grupo” com quem trabalhou muitas vezes e este filme é mesmo um olhar para um grupo que espera: Campânia, Itália, os técnicos e os actores aguardam o início das filmagens, mas falta o realizador e até material.

Esta espera desencadeia conflitos, a frustração e o tédio envenenam os egos. Parece que tudo pode correr mal, e corre. É uma reflexão neurótica sobre o Cinema, um filme dentro de um filme, mas não nos perturba, falta-lhe perversidade. Cita demais e de forma pouco estimulante o cinema de Godard. Pior, se do Teatro, Fassbinder trouxe um artificialismo excessivo que soube usar como um belo sublinhado ao sublimes melodramas que realizou nos dez anos que lhe sobraram de vida, neste filme soa tudo demasiado a falso. É um filme histérico e só interessante para quem quiser conhecer toda a obra de Fassbinder. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")

Continuar a ler

Envie-nos a sua crítica

Preencha todos os dados

Submissão feita com sucesso!