Crimes do Futuro

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Terror, Ficção Científica 107 min 2022 M/16 24/11/2022 GRE, CAN, GB

Título Original

Sinopse

Com realização do veterano David Cronenberg, oito anos depois de “Mapas para as Estrelas”, um filme que apresenta a cirurgia como o novo sexo para quem já não tem idade, nem saúde, nem jeito, para o velho. Aqui há um trio que se destaca: o exaurido Saul Tenser (Viggo Mortensen), que faz desenvolver novos órgãos no corpo e os transforma em obras de arte; a sua assistente, a apaixonada Caprice (Léa Seydoux), que o ajuda nesse acto criativo; e a reprimida e burocrática Timlin (Kristen Stewart), um espartilho humano. Vasco Câmara, PÚBLICO

Críticas dos leitores

Péssimo! Intragável!

João Carreira

Horrível! Sem ponta por onde se pegue! Quem faz um filme destes só pode estar muito doente da cabeça!

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2 estrelas

José Miguel Costa

O mestre canadiano David Cronenberg (um dos meus realizadores de culto) retorna aos ecrãs de cinema, após oito (longos) anos de ausência, com "Crimes do Futuro" (escrito por si). Uma obra que marca o retorno do filho pródigo ao género que o celebrizou (em filmes como "Crash", "Existenz" e "A Mosca"), a ficção cientifica distópica agregada ao "body horror" (e recurso a um estilo cyberpunk com traços de "noir). Uma sátira subversiva à ditadura do culto do corpo (e ao inerente voyeurismo, quase canibal, que se gera em seu torno), bem como aos limites da arte, cuja acção decorre num futuro não muito distante, num claustrofóbico e desolador espaço geográfico indefinido (marcado pela negritude/degradação e por um ambiente exclusivamente sintético), no qual a dor física é algo pertença do passado. Como protagonistas (pouco aprofundados) encontramos um dos seus actores fetiche, o magnifico Viggo Mortensen (que encarna um artista performático, possuido por dor constante, com a capacidade biológica de produzir ininterruptamente novos órgãos internos e tumores, que são removidos e/ou tatuados em espectáculos ao vivo), e a Léa Seydoux (a sua cuidadora e "cirurgiã de serviço"). O filme possui ainda um subenredo policial que envolve um grupo marginal que alterou o sistema digestivo humano com o objectivo deste digerir plástico. Apesar de esteticamente impactante, "Crimes do Futuro" possui uma verborreia demasiado técnica e expositiva (a que acresce o disparar constante de temáticas diversas) , o que o torna algo cansativo e confuso.

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Crimes do futuro

Fernando Oliveira

É a memória do seu Cinema que Cronenberg conta em “Crimes do futuro”: histórias onde o horror brotava das mutações do corpo humano, do que sai lá de dentro, e do desajuste emocional que isso provoca nas personagens. Uma memória antiga. É uma história contada num futuro indefinido, um futuro em ruínas que poderia ser um presente alternativo, onde parece ter desaparecido toda a tecnologia, excepto aquelas máquinas “orgânicas” utilizadas nas cirurgias e manipulação do corpo. Porque neste futuro o corpo humano sofreu mutações drásticas: a dor desapareceu, uns desenvolvem novos órgãos que crescem sem qualquer utilidade, noutros o corpo desenvolve mutações adaptativas; e o espectáculo mais popular são performances cirúrgicas aonde o corpo é violentado, é penetrado e furado, é cortado e recortado. Tudo fotografado e filmado por máquinas de fotografar e filmar anacrónicas. Saul Tenser e Caprice são vedetas destas performances; ele desenvolve com frequência novos órgãos e parece andar sempre em sofrimento mesmo sem sentir dor, necessita de máquinas para quase tudo; ela manipula aquelas estranhas máquinas (camas que parecem casulos, comandos que parecem insectos, “braços” que “são” esqueletos) para intervir nele e retirar-lhe esses novos órgãos nas performances que realizam. Tudo se complica quando um homem lhe pede para fazer da autópsia do filho (que vemos ser assassinado no inicio do filme pela mãe horrorizada pela mutação que o filho desenvolveu)… Mas o filme esgota-se nessa estranheza. Nada naquilo nos faz estremecer por dentro – “a cirurgia é o novo sexo” diz-se no filme, mas a cena em que Saul corta Caprice, nua no “casulo-cama”, e depois se deita ao lado dela e são ambos cortados mostrando o prazer que isso lhes dá, não nos perturba, é só uma coisa estranha e desconfortável – e, depois, há muita coisa que não “cola”. Para que servem aqueles dois personagens que trabalham no Registo Nacional de Órgãos(?), ou aquela Policia dos Costumes investiga e quer controlar exactamente o quê?. E esta estranheza esgotante torna árida a representação de Viggo Mortensen e Léa Seydoux (já de si actores “difíceis” de empatizar). Não nos sentimos tocados por eles. Nem pelo filme. Estamos muito longe de “Crash” ou “eXistenZ”, filmes que tocam nas mesmas ambiências deste, daquela angústia que nos despertavam, o medo e o horror que nos fascinavam, eram filmes que nos tiravam o tapete debaixo dos pés, que nos desequilibravam emocional e moralmente. “Crimes do futuro” não. ("em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")

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