"A Paixão de Joana d`Arc" é a obra-prima mais admirada de Carl Dreyer. Fascinante e com um poder visual intenso, o filme permanece como um dos mais majestosos da História do Cinema. Só um cineasta genial poderia ousar filmar a palavra na era do mudo. Carl Dreyer filma o processo da heroína francesa Joana d''Arc como um acto de fé: máscaras petrificadas, lágrimas, sombras demencialmente alongadas sobre as paredes. Os rostos neste filme - maioritariamente constituído por grandes planos -, transformam-se em ícones através do uso expressivo da iluminação ou da genial intuição na posição da câmara. De entre todas estas máscaras mortuárias, fica para a memória o crânio rapado de Renée Falconetti, a actriz de teatro que nunca tinha feito cinema e que não tornou a entrar em nenhum filme, ficando imortalizada pela sua única interpretação cinematográfica. <p> </p>PUBLICO.PT