A Rapariga e a Aranha

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Drama 99 min 2021 24/03/2022 SUI

Título Original

Das Mädchen und die Spinne

Sinopse

Lisa está em mudanças e Mara fica para trás. À medida que as caixas vão sendo deslocadas, as paredes pintadas e os armários montados, há abismos que reaparecem do nada, trazem saudades e anseios que enchem a sala numa montanha-russa de emoções. Um filme tragicômico sobre mudança e transição emocional. Texto: Nitrato Filmes

Críticas dos leitores

A rapariga e a aranha

Fernando Oliveira

Mara e Lisa partilhavam um apartamento. Agora Lisa parte, e Mara fica. É portanto um filme sobre uma separação. Os gémeos Ramon e Silvan Zürcher contam esta separação, esta quebra, em três períodos em que o tempo da acção parece acompanhar quase sempre o tempo do filme: as arrumações à tarde no apartamento em que Lisa vai habitar, uma festa à noite no apartamento que era das duas, a manhã seguinte quando Lisa vai embora levando o que restava dos seus pertences. Um dia e meio onde o caos, os pequenos acontecimentos e as relações pessoais e familiares parecem ser encenados com a coreografia de um bailado. Os personagens movem-se no espaço como bailarinos, por isto a agitação que os define - as duas jovens, a mãe de Lisa, os empregados que ajudam na mudança, os amigos, os familiares, e as crianças que não param quietas – e que define a acção é-nos mostrada com uma precisão formal absolutamente brilhante. Um espaço de confusão é olhado pela câmara de uma forma tão próxima, que esse caos parece contido por esse olhar. Quem olha também assim para esta quebra na vida é Mara (Henriette Confurius), com um belíssimo sorriso triste, ela está quieta no meio desta confusão, o sorriso ilumina-se às vezes, como quando recorda com Lisa alguns acontecimentos do seu passado, ou brinca como uma aranha que habita a casa; parece estar fora da história, observa-a, à sua volta o tempo e o mundo continuam em movimento, enquanto aquele que era o seu "mundo" acaba. Uma tristeza que também existe nos outros personagens, mesmo que estes se “movam”. Como a aranha que, parada nos cantos mais sossegados da casa, é a testemunha de tudo aquilo. Como Mara também parece alheada do movimento das coisas. E tudo isto encharca o filme de melancolia, uma tristeza pelo que vai ficando para trás na vida que, estranhamente (porque quase sempre parece triste), é negada pelo sorriso, pelo olhar de Mara. Belo filme. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")

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