Cordeiro

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Terror 104 min 2021 M/14 31/03/2022 POL, Afeganistão, Islândia, SUE

Título Original

Lamb

Sinopse

María (Noomi Rapace) e Ingvar (Hilmir Snær Guðnason) vivem sós numa grande quinta islandesa. Os dois lutam contra o vazio que a trágica morte da filha lhes deixou.

Quando descobrem uma bebé recém-nascida no curral das ovelhas, resolvem dar-lhe o nome de Ada, tal como a criança que perderam, e criá-la como se fosse sua. Esta decisão parece dar-lhes o alento de que precisavam, mas trará consequências gravíssimas para as suas vidas.

Co-produção entre a Islândia, a Polónia e a Suécia, este filme é realizado pelo estreante Valdimar Jóhannsson, segundo um argumento seu e do poeta, romancista e letrista Sjón. Estreado no Festival de Cinema de Cannes – onde recebeu o Prémio de Originalidade –, conta com Rapace e Béla Tarr como produtores executivos. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

A ovelha branca

Jorge Mourinha

Da Islândia, chega-nos uma seguríssima primeira obra de um aluno de Béla Tarr, paredes-meias com o fantástico mas muito mais preocupado com o humano: Cordeiro

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Críticas dos leitores

3 estrelas

José Miguel Costa

"Cordeiro", a primeira longa-metragem do islandês Valdimar Johannsson (com a bênção do mestre hungaro Béla Tarr, enquanto produtor executivo), fruto de uma co-produção entre a Islândia, a Polónia e a Suécia, teve honras de estreia no Festival de Cinema de Cannes, no qual foi distinguida com o Prémio de Originalidade.


Um óvni cinematográfico (condenado a culto imediato para um nicho de cinéfilos), sem dúvida dos filmes mais disruptivos que visionei desde (o magnifico) "Na Fonteira" (2018).
Uma fábula de horror do subgénero fantástico, inspirada no folclore nórdico, atipicamente entrelaçada (na perfeição) com o registo realista (de modo que, a partir de determinado momento, todas as bizarrias, bem como certas opções comportamentais questionáveis, passam a parecer-nos perfeitamente plausíveis e naturais).

Igualmente, pouco comum neste género cinematográfico é a opção pelo slow cinema (atento aos gestos, expressões faciais e "não-ditos"), a ambientação contemplativa (pontuada por prolongados silêncios de "cortar a respiração", não apenas pelo suspense que induz, mas sobretudo pelo estarrecimento decorrente da constante inserção de imagens da idílica paisagem bucólica da Islândia, que funciona quase como um espelho dos estados de espírito do casal protagonista), a inexistência de uma narrativa com explicações lineares e as alegorias elaboradas (com múltiplos simbolismos).
Todas estas características dotam a obra de uma identidade única, apesar de possuir uma história base relativamente simples que, grosso, pode resumir-se ao mero: era uma vez um jovem casal, criador de ovinos, que vivia isolado numa quinta afastada de tudo e todos, que certo dia viu a sua melancólica rotina ser abalada por um autêntico "fenómeno do Entroncamento". Uma das suas ovelhas dá à luz uma criatura hibrida, que estes decidem adoptar como sua filha.

Todavia, pesem todos estes predicados, (e a excelente performance de Noomi Rapace) o filme, estranhamente, acaba por não deslumbrar na íntegra (falta-lhe "quelque chose" indefinível), quiçá, por possuir arcos narrativos algo subdesenvolvidos (estamos em permanentes antecipações não concretizadas) e um final abrupto/"demasiado aberto" (embora perceba que se tivesse "caminhado mais" facilmente resvalaria do limbo do ridículo).

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