Três Andares

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Comédia, Drama 119 min 2021 M/12 04/11/2021 FRA, ITA

Título Original

Tre Piani

Realizado por

Sinopse

A vida de três famílias a morar em três andares do mesmo prédio de um dos bairros mais ricos da cidade de Roma. Cada uma com a sua história, as suas lutas, os seus arrependimentos e a sua necessidade de redenção. 
Estreado no Festival de Cinema de Cannes, um drama realizado pelo italiano Nanni Moretti (“Querido Diário”, “Abril”, “O Quarto do Filho”, “Habemus Papam”, “Minha Mãe”) segundo um argumento escrito por si, Federica Pontremoli e Valia Santella. “Três Andares” adapta a obra do escritor israelita Eshkol Nevo e conta com as actuações de Moretti, Margherita Buy, Riccardo Scamarcio, Alba Rohrwacher, Adriano Giannini, Elena Lietti, Alessandro Sperduti e Denise Tantucci. PÚBLICO

Críticas dos leitores

Três andares

Fernando Oliveira

“Três andares” é um belíssimo melodrama de Nanni Moretti que nos conta dez anos da vida das pessoas que habitam um prédio em Roma. É a primeira vez que filma a partir de uma história alheia, um romance do israelita Eskhol Nevo, e é um filme que sabe olhar de forma justa para os seus personagens, num encadeado que as coloca perante a dor que vem da perda, a solidão e a ausência, a loucura, os desvios morais, a depressão; também há momentos felizes, mas são poucos; Moretti filma incomunicabilidade, a culpa, o desgaste emocional, as pessoas de hoje.
É um filme “nocturno” e começa de noite: uma mulher sai do prédio, grávida de nove meses procura o táxi que a levará ao hospital, aparece um carro a alta velocidade que atropela, e mata, uma outra mulher. É com uma morte, e depois um nascimento que o filme começa.
Monica, a mulher grávida (Alba Rohrwacher), vive só, o marido ausente por causa da profissão, e vive em pânico de herdar a loucura da mãe; o autor do atropelamento é filho de dois juízes, Vittorio e Dora (Moretti e Margherita Buy), ele é de um rigor absoluto e obriga-a a uma escolha terrível, ou ele ou o filho. No rés-do-chão vive a família de Lucio (Ricardo Scarmacio), uma noite a filha desaparece durante umas horas quando estava ao cuidado de um vizinho idoso, Lucio desconfia do pior, mas quem se deixa seduzir pelo mal é ele, pela jovem neta do idoso. O filme segue as suas histórias em três períodos separados por cinco anos: as crianças crescem, os adultos envelhecem, e morrem, há separações e desaparecimentos; e as consequências que resultam dos comportamentos de cada um dos personagens. Feridas que nunca vão sarar, mas que são atenuadas por um sorriso, um vestido primaveril, o reencontro entre uma mãe e um filho, uma filha a dançar e, depois, a partir para estudar em Espanha; os pequenos momentos que são a felicidade de uma vida.
É um filme profundamente humanista, a possibilidade de felicidade só existe no encontro de cada um com os outros. Mesmo sendo um olhar triste, o Moretti deste filme gosta dos seus personagens. Começou a gostar das pessoas.
Um dos mais belos filmes do ano passado.
(em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt")

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Gratificante

Nazaré

A pujança da realização e a grandeza do romance (no sentido literário) fazem deste um belo filme dos nossos dias. Só tenho pena de ver o Moretti em insistir ser actor, é a única componente algo medíocre aqui dentro.

Tem até um pouco de trágico, com aquilo que a vida de cada um viu destruir-se. A parede abalroada pelo carro em disparada é uma metáfora disso em todos os aspectos do filme. Muito interessante o concentrar a atenção em momentos no tempo concentrados, e percorrendo com isso décadas.

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Belíssimo!

Martim Carneiro

Belo, belíssimo, tocante: uma Obra-Prima!
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A vida e as superações

Raul Gomes

Magistralmente apresentadas num argumento poderoso, que nos impede de tirar os olhos do écrã e que nos agarra à cadeira, com as vivências de três famílias que se entrecruzam por vezes duma forma quase violenta. <br />Vidas aqui descritas por Moretti tendo por base Itália, mas que poderia ser em qualquer país. incluindo Israel, que com uma realização fabulosa nos retrata com uma sensibilidade e realidade, toda uma vivência daquele prédio, durante uma grande parte das suas vidas, que as duas horas do filme se tornam irrisórias, tamanha a dimensão das personagens, que faz com que desejássemos que o final não aparecesse e que o filme se prolongasse ad eternum. <br />Obrigatório ver, um dos melhores filmes do ano. <br /> <br />
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Queriam telenovela?

EC

Na estreia de Branca de Neve é famosa a reacção de João César Monteiro a perguntar aos microfones da televisão se “queriam telenovela”. <br />Não é uma telenovela nem sequer uma mini-telenovela, mas puxa a lágrima do melodrama. É sobre o amor entre pais e filhos, o amor entre irmãos e o amor entre amantes. Na verdade, estes amores vão todos beber a uma mesma fonte já antiga e esquecida no tempo. O amor de Julieta por Romeu: “amo-te do fundo do meu ódio”.
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3 estrelas

José Miguel Costa

A estreia de um novo filme de Nanni Moretti provoca-me sempre euforia, por isso lá rumei religiosamente ao cinema logo no dia de estreia de "Três Andares". No entanto, neste drama intenso, que segue ao longo de uma década as vivências cruzadas de três familias residentes num prédio de Roma, o cineasta italiano não se mostra à altura dos seus pergaminhos (apesar de ter-se rodeado da "créme de la créme" nacional, nomeadamente, Margherita Buy, Alba Rohrwacher e Riccardo Scamarcio). <br /> <br />Independentemente de possuir um argumento com três histórias fortes e apelativas (um pai colocado perante o dilema da sua filha poder ter sido abusada pelo vizinho, um idoso com demência; um casal de idóneos e rigidos juizes cujo filho problemático atropela mortalmente uma mulher, em frente ao edifício no qual residem, sem que demonstre qualquer sentimento de culpa por tal acto; uma solitária mãe, com indicios de estar a desenvolver sintomatologia de indole psiquiátrica, que se vê obrigada a criar o bebê sem qualquer apoio, dado o marido encontrar-se ausente durante longas temporadas, por motivos profissionais), falta-lhe intensidade dramática e até alguma "verdade" ao nivel da representação (que, não poucas vezes, revela-se demasiado forçada e quase telenovelesca). E a excessiva segmentação do filme (com cortes abruptos) também não ajuda a minorar essa percepção (pelo contrário).
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