A Noite dos Reis

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Fantasia, Acção, Drama 93 min 2020 05/08/2021 Costa do Marfim, CAN, Senegal, FRA

Título Original

La nuit des rois

Sinopse

<p>La Maca é uma prisão auto-governada pelos reclusos que fica no meio de uma floresta em Abidjan, Costa do Marfim. Um jovem que é enviado para lá é nomeado, pelo recluso-chefe, como Contador de Histórias. É assim encarregue de contar uma história que tem de durar até ao amanhecer, desconhecendo que, se chegar ao fim, morrerá.<br />Um filme de Philippe Lacôte ("Run"), um ex-jornalista de rádio da Costa do Marfim tornado realizador de documentários, séries e longas de ficção. Ganhou o prémio Amplify Voices no Festival de Toronto em 2020. PÚBLICO</p>

Críticas Ípsilon

As mil e uma noites

Jorge Mourinha

Uma surpresa digna de nota: um filme de África, sobre África, que recusa o cliché do “cinema africano” para propor uma meditação fascinante sobre as narrativas da própria África.

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Críticas dos leitores

4 estrelas

José Miguel Costa

Não é todos dias que estreia no circuito comercial nacional um filme africano, ainda mais oriundo da Costa do Marfim. Tal proeza deve-se a "Noite dos Reis". <br />Através do mesmo Philippe Lacôte (realizador e argumentista) transporta-nos até MACA, a maior e mais perigosa prisão do seu país (governada pelos próprios reclusos), para dar-nos a conhecer a experiência de Roman. Um jovem recém detido que, por força de circunstâncias, às quais é alheio (uma guerra pelo poder, devido a doença do actual lider), se vê no centro das atenções, ao ser-lhe incumbida a missão de "contador de histórias". Por forma a dar continuidade a uma tradição local, colocada em prática nas noites de lua cheia encarnada, que dita que se o indivíduo nomeado para o efeito não tiver o dom de debitar histórias ininterruptamente até ao amanhecer perderá a vida num ritual sanguinário (facto que não lhe é trasmitido). <br /> <br />Inicialmente o enredo (que decorre num só dia) parece direccionar-se para o tipico filme ultra-realista e melodramático em contexto de prisão (que, por norma, explora as condições subumanas em que sobrevivem os condenados da sociedade aí depositados), mas cedo se percebe que a fantasia e mitologia irá entrelaçar -se, de um modo engenhoso e sublime, com a realidade, dando lugar a um exotismo que nos arrebata. <br />Desse modo, e recorrendo narrativa metalinguistica (envolvida numa aura mágica e épica), coadjuvada pela introdução de uma série de artes performativas com raizes ancestrais (dança e música), acaba por contar-nos, pela boca de Ramon, a História recente da Costa do Marfim numa espécie de (magnifico) conto das "Mil e Uma Noites".
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