O Ano da Morte de Ricardo Reis

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Drama min 2020 01/10/2020 POR

Sinopse

Depois de 16 anos a viver no Brasil, Ricardo Reis chega a Lisboa, debaixo de chuvas torrenciais, no dia 29 de Dezembro de 1935. Instalado no Hotel Bragança, na Rua do Alecrim, assiste ao desenrolar de um tempo particularmente sombrio na Europa, marcado pelos horrores do fascismo de Mussolini, pelos ideais nazis de Hitler, pela terrível Guerra Civil espanhola e, em Portugal, pelo autoritarismo salazarista do Estado Novo. Depois de uma visita à sepultura de Fernando Pessoa (Reis é, na realidade, uma personagem surgida da heteronímia de Pessoa), o fantasma do poeta faz uma série de aparições no quarto de Reis onde, durante meses, ambos se perdem em reflexões sobre a vida, o país e o mundo.
 
Escrito em 1984, por José Saramago, prémio Nobel da literatura em 1998, “O Ano da Morte de Ricardo Reis” é agora adaptado ao cinema por João Botelho ("A Corte do Norte", "Filme do Desassossego", "Os Maias" ou “Peregrinação”). Com o brasileiro Chico Díaz a encarnar Ricardo Reis e Luís Lima Barreto a assumir o papel de Fernando Pessoa, o elenco conta também com a participação de Catarina Wallenstein, Rui Morisson, Victoria Guerra, Marcello Urgeghe e Hugo Mestre Amaro. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Tempos difíceis

Luís Miguel Oliveira

Mais um “monumento” da literatura portuguesa adaptado por Botelho. Um sentido de espectáculo de bom gosto mas a tender sempre para o acessório e para o decorativo.

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Críticas dos leitores

O ano da morte de Ricardo Reis

Maria Gonçalves

Uma aula de História que nos reporta à Lisboa do Estado Novo. João Botelho conseguiu a ironia que Saramago não tem. Fez-me sorrir algumas vezes.
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O homem sonha, a obra não nasce

Cristina C.

Esperava-se algo mais desta trindade à primeira vista tão dispersa como genial. Saramago, Pessoa e Botelho atravessaram realidades, sentimentos e pensamentos demasiados díspares que incapacitam o filme da expressão incrível destas 3 vidas. O filme nitidamente é egoísta e apenas um exemplo de algo mais incrível que sinceramente eu esperava. Os dois escritores deram mais mundos ao mundo contudo o sotaque brasileiro sinceramente, estraga a narrativa do que se esperava um apelo patriótico, apesar do papel bem executado do actor. Preto e branco.. Temos que agradar a todos os públicos mas retira vivência emoção ao carrossel de sonhos de Pessoa e ao humor cativante de Saramago. Vale por lembrarmos a relevância da liberdade, o valor mais ameaçado e por vezes mais esquecido da nossa actualidade. Fica o sonho... E esperança que mais livros do Saramago se tornem filmes.
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3 estrelas

José Miguel Costa

Fernando Pessoa pariu-nos Ricardo Reis (um dos seus quatro “filhos”), o médico-poeta monárquico que se autoexilou, no ano da graça de 1919, em terras de Vera Cruz. <br />Dele não mais tivemos noticias, até que José Saramago, através do romance “O Ano da Morte de Ricardo Reis” (1984), o “expatriou”, 16 anos depois, para uma Lisboa sombria e deprimente, com o objectivo deste testemunhar in loco as maleitas que o fascismo andava a semear neste cantinho à beira mar plantado (e sobre as quais viria a desabafar – nos tempos livres entre as suas desventuras com “rabos de saias” -, através de longas dissertações poéticas, com o fantasma do seu criador, recentemente falecido). <br /><br />Por sua vez, o João Botelho, que não se assusta com os pesos-pesados da literatura portuguesa (tal como já demonstrou nas suas últimas obras, em que “pegou pelos cornos” Agustina Bessa-Luis, Fernando Pessoa, Eça de Queirós e Fernão Mendes Pinto), agarrou no Nobel da Literatura e transladou-o para filme (não alterando o titulo original), quiçá como grito de alerta por a História dos populismos fascistas estar a repetir-se. <br /> <br />Numa pelicula estrelada por Chico Diaz e as musas Victória Guerra e Catarina Wallenstein, a protagonista é, sem dúvida, a “Palavra” (cuja beleza é realçada por uma carregada estética a preto e branco). <br /><br />No entanto, tal como alega o ditado popular “tudo o que é demais sobra”, pelo que tanta poesia “pesada”, debitada em sucessivas cenas contemplativas, acaba por lhe retirar ritmo e intensidade dramática, tornando-a, inclusive, algo soporífera para os “espectadores menos letrados”.
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Potencial desperdiçado

Guilherme Teixeira

A opção de fazer o filme a preto e branco foi ousada e revelou-se uma cartada muito boa para a construção de época e para dar peso a cada cena. <br />As atuações são ok, convencem, mas onde ocorreram na minha opinião mais deslizes foi na história em si. O filme assume que o público já conhece ou a obra ou Fernando Pessoa e sua obra e por isso abstém-se de aprofundar o personagem de Ricardo Reis. Para quem conhece, conseguimos perceber e absorver o que realmente se está a passar com este heterónimo através dos seus comportamentos incoerentes com a sua tão conhecida personalidade. Contudo se uma pessoa ignorar o passado deste heterónimo a única coisa que vai captar é um homem de meia idade que regressou a Portugal, é mulherengo e tem jeito para escrever uns versos. Os pares românticos não são minimamente interessantes, ou melhor, são potencialmente interessantes, mas o filme não desenvolve as personagens femininas dando um ar de superficialidade. <br /><br />João Botelho falhou também a identificar o que se pode transpor para a tela e o que não se pode transpor. Muitas vezes os diálogos pareceram demasiado superficiais e artificiais devido à necessidade que este sentiu de fazer uma exposição através dos diálogos sobre tudo o que estava a acontecer, até mesmo sobre as coisas que o público conseguia ver dando aquela sensação de precisar de passar a passadeira com ajuda de alguém. Outro ponto negativo é o facto de haver cortes que parecem muito distante uns dos outros. Por momentos parece que o filme tem pressa para chegar a um certo lugar dando por vezes a sensação que não estamos a seguir uma história Linear o que prejudica a imersão no filme. <br />Onde o filme ganha mais pontos é na interação Ricardo Reis e Pessoa, ambos trocam conversas que prendem a atenção e além de dar a percepção de uma clara relação de criador e criação, ao longo do longa vamos percebendo que é mais do que isso e Ricardo Reis não é apenas uma criação, mas sim um complemento. <br />Fazer uma menção honrosa mais uma vez à fotografia e à banda sonora. <br /> <br />Nota: 6 <br />Estrelas: ???
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O Ano da Morte de Ricardo Reis

João Carlos Praxedes Xavier

Na minha opinião, João Botelho conseguiu criar com o seu filme um "objecto" artístico próprio, um Ano da Morte de Ricardo Reis que não é uma "cópia" filmada do livro de José Saramago. Apreciei muito o modo como o realizador conseguiu criar a atmosfera da Lisboa dos anos 30 interagindo com o universo poético de Pessoa e o modo como apresentou o personagem principal e as relações que mantêm dando-me um outro olhar sobre o Ricardo Reis. Imperdível para quem gosta muito do "Ano da Morte de Ricardo Reis" de José Saramago. E para os outros.
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Ricardo Reis vira jagunço

Luis Telles

Fique em casa a ler o livro.
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