Corpus Christi - A Redenção

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Drama min 2019 M/16 06/02/2020 POL

Título Original

Boze Cialo

Sinopse

<div>Quando Daniel é enviado para um centro de detenção para jovens, não imagina a transformação que daí decorrerá. A relação próxima com o padre da instituição faz nascer nele um chamamento divino. Mas, infelizmente, o seu cadastro impede-o de alcançar o sonho de ingressar num seminário e tornar-se sacerdote. Depois de cumprir pena, vai trabalhar como aprendiz de carpinteiro numa povoação distante. Devido a uma série de mal-entendidos, é confundido com o novo pároco e abraça aquela oportunidade, que, na sua cabeça, tem providência divina. </div><div>Baseado em factos reais, um drama escrito por Mateusz Pacewicz e realizado por Jan Komasa ("Sala samobójców", "City 44"). Apresentado no Festival de Cinema de Veneza – onde recebeu o prémio Europa Cinemas Label – e também no Festival Internacional de Cinema de Toronto, "Corpus Christi" foi nomeado para o Óscar de Melhor Filme Internacional (o actual nome da antiga secção de Filme Estrangeiro), em representação da Polónia. PÚBLICO</div>

Críticas Ípsilon

A fé não está onde mais se espera

Jorge Mourinha

Sólido e inteligente mais do que especialmente inspirado, é um exemplo de que há mais para descobrir no cinema polaco do que aquilo que vamos vendo aos soluços por cá.

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Críticas dos leitores

Os caminhos do Senhor são misteriosos...

Pedro Brás Marques

Ainda ontem aqui falava de “Messiah”, a série de TV que ficciona a chegada, nos dias de hoje, de um novo Salvador. E recordava algumas abordagens que o cinema tem oferecido sobre a temática da religião e espiritualidade. Deixei propositadamente de fora “Corpus Christi”, o filme polaco que integrou o reduzido leque de candidatos ao Óscar de Melhor Filme Internacional. Daniel é um jovem delinquente que se encontra detido num estabelecimento correcional onde ajuda e canta na missa. O seu passado violento parece ser algo resolvido e ele até pretende ingressar num seminário. Mas o padre da instituição esclarece-o de que tal não é possível, por via do seu cadastro, e o que ele deveria fazer era dedicar-se ao trabalho que lhe tinha sido arranjado numa serração. Mas Daniel não quer nada disso e, enquanto vagueia por uma aldeia, acaba por assumir a função que tanto desejava: ser padre. A sua maneira de ser, a bondade dos seus actos e o poder da sua palavra fazem com que, rapidamente, conquiste o rebanho que estava meio tresmalhado por um padre que gostava mais dos seus vícios do que das probidades clericais… Mas o passado persegue-o. Há antigos colegas presidiários que o visitam e os seus escapes com música electrónica, dança e sexo também não o abandonam. Afinal, quem é que tem capacidade para verbalizar a palavra de Deus? Os que, aparentemente puros, a estudaram e têm como missão a sua divulgação ou os outros que, no meio das suas fraquezas, conseguem eficazmente fazer a obra do Senhor? É a batina que faz o padre ou é este que a tem de merecer? No fundo, o que é mais importante, o livro ou a capa? Daniel é uma personagem propositadamente ambígua. Nele coexiste a luz e a sombra, a virtude e o pecado. Ele percebe isso, o que o atormenta. Sabe o que é violência pura como conhece a felicidade existencial. Busca a redenção no meio dos homens mas não a consegue. As leis deles são mais fortes do que a sua vontade e, principalmente, do que o seu espírito. Não chega, sequer, ter conseguido realizar o “milagre” de sarar a ferida profunda aberta há muito naquela aldeia, algo que lhe granjearia a indulgência total de Deus mas, aos olhos dos homens, apenas lhes trouxe desconfiança se não mesmo traição. Daniel é interpretado por Bartosz Bielenia, um actor que, fisicamente, é perfeito para o papel. O seu ar de criança perdida, o corpo esquálido quase como se tivesse saído dum campo de concentração, um olhar profundo e enigmático em busca da piedade e da aceitação dos outros, tudo forma um quadro físico que contrasta, ainda mais, com a sua vontade de viver e, até, com a brutalidade e determinação com que enfrente os desafios. Um verdadeiro prodígio. E um enorme aplauso, também para Jan Komasa, que soube contar a história duma forma equilibrada, mostrando Daniel nas suas forças e fraquezas, o que faz com que as cenas de sexo e de violência sejam determinantes na composição da personagem e do próprio filme, e não momentos gratuitos, de cedência ao espectador, como acontece vezes demais do que as que seria ideal. Uma excelente surpresa que vem confirmar a qualidade da cinematografia polaca que nos tempos mais recentes nos presenteou com grandes filmes como “Guerra Fria” e “Ida” ambos de Pavel Pawlikowski e “O Baptismo” de Marcin Wrona, só para citar alguns exemplos.
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4 estrelas

José Miguel Costa

O filme "Corpus Christi - A Redenção" do polaco Jan Komasa, baseado em factos veridicos, relata-nos (num registo que oscila entre o triller e o drama) o caso do jovem Daniel, um delinquente religioso cujo sonho de tornar-se padre é boicotado pelos seus antecedentes criminais (a detenção em estabelecimento prisional inviabiliza a sua admissão no seminário). Deste modo, aquando da concessão da liberdade condicional é encaminhado, no âmbito de um projecto de reinserção social, para uma serração sita numa remota vila rural do interior (microcosmos de uma sociedade mais ampla - hipócrita, ultraconservadora, reprimida, amordaçada pelas não saudáveis interligações entre a ortodoxa igreja católica e o poder politicojudicial - que o realizador pretende retratar). <br /> No entanto, o seu desejo torna-se acidentalmente realidade, já que logo após a chegada ao seu destino, e em consequência de uma mentira inocente (verbalizada num contexto "conversa de engate" no interior da igreja), esta alma perdida de Deus vê-se perante a contigência de substituir provisoriamente o sacerdote local. E não é que o moço, apesar de continuar a manifestar instintos pecaminosos, revelará vocacão para guiar (à sua maneira - alegadamente - enviesada) o rebanho por entre caminhos tortuosos? <br /> <br />A narrativa na génese desta obra (muito bem escrita) tinha todos os ingredientes para resultar num simplista/"popularucho" pastiche lamechas sobre a religião e/ou até redundar num fácil manifesto contra a igreja católica polaca. Todavia, possui a inteligência de não seguir essa via, optando por confrontar-nos com uma "negritude contida" e um estado de permanente ambivalência emocional (não há personagens - inclusive o protagonista - ou instituições caracterizadas dicotomicamente como "boas versus más")... e nós que "decidamos"! <br /> <br />Um dos maiores méritos da película advém, sem qualquer dúvida, da fabulosa interpretação do carismático/magnético actor-protagonista Bartosz Bielenia (cujos olhos enigmáticos nos "trespassam"). <br /> Aliado ao extraordinário trabalho do director de fotografia que "despe-nos" os personagens com grandes planos estáticos dos seus rostos e induz-nos tensão graças à utilização de uma melancólica iluminação negra e uma paleta de "cores mórbidas".
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Corpus christi

Isabel maria abecassis empiß

Fim incompreensível. Já que se trata de factos verídicos, porquê um fim com um ponto de interrogação?
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Corpus Christi

Maria Gonçalves

Se alguém explicar aquele final...
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