Tão Só o Fim do Mundo

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Drama 97 min 2016 M/14 27/10/2016 CAN, FRA

Título Original

Juste la fin du monde

Sinopse

Louis é um escritor que regressa a casa depois de 12 anos de ausência para comunicar à família que está à beira da morte. Este encontro, que já se previa difícil pelas circunstâncias, vai despertar ressentimentos e abrir feridas antigas, gerando uma espécie de ajuste de contas entre todos.
Depois de "Como Matei a Minha Mãe" (2009), "Amores Imaginários" (2010), "Laurence Para Sempre" (2012), "Tom na Quinta" (2013) e "Mamã" (2014), este sexto filme do jovem realizador canadiano Xavier Dolan inspira-se na peça homónima escrita em 1990 pelo francês Jean-Luc Lagarce (1957-1995). O elenco reúne alguns dos mais importantes nomes do cinema francês da actualidade: Marion Cotillard, Léa Seydoux, Vincent Cassel, Nathalie Baye e Gaspard Ulliel. PÚBLICO
 

Críticas Ípsilon

Tempestade em copo de água

Jorge Mourinha

Xavier Dolan põe um leque de vedetas aos gritos uns com os outros durante hora e meia sem que o resultado chegue a algum lado: Tão Só o Fim do Mundo.

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Críticas dos leitores

O bom filho a casa torna

EC

Filmado quase exclusivamente dentro de portas, o aspecto mais relevante deste filme é, assim, o seu argumento. O tema é uma variação moderna sobre um tema antigo que remonta, pelo menos, a Ulisses de Homero: o regresso de um bem-sucedido e modificado filho à casa de uma mal-amada família. Actualmente, a liberdade de expressão sobrepõe-se a qualquer cortesia do silêncio e, como tal, o tema é uma mina jorrante de erupções e conflitos sentimentais. Dolan acelera-a ainda mais por uma obsessiva filmagem macro sobre os rostos dos actores que, simplesmente, acaba por enfartar o espectador. Dolan obtém um resultado muito abaixo do neo-realismo mestre dos irmãos Dardenne. <br /> <br />Foi citando Anatole Fance que Xavier Dolan se dirigiu à plateia em Cannes: ‘j'ai toujours préféré la folie des passions à la sagesse de l'indifférence’. A citação aplica-se que nem uma luva ao filme. Somente uma louca paixão pelo cinema nos leva a ver este filme.
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4 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

Em "Tão Só No Fim Do Mundo" o Xavier Dolan (le petit grand realizador - do qual sou fã confesso - que aos 27 anos já tem no seu curriculum uma série de filmes de culto) continua a explorar os temas de sempre, a homossexualidade e as disfunções familiares (com especial ênfase nos conflitos mãe/filho), pelo que, desta vez, iremos assistir, quase em tempo real (a acção decorre num período de poucas horas), ao reencontro de um dramaturgo gay, de 32 anos, com a sua família (mãe, irmão, irmã e cunhada), ao fim de 12 anos de total ausência auto-imposta, com o objectivo de lhes anunciar a sua morte iminente (dado ser portador de uma doença grave incurável). <br /> <br />É um drama com uma intensidade electrizante, pois, como seria expectável, o regresso a um passado envolto em névoa (nunca chegaremos a saber factos concretos nem as respectivas motivações - o que envolve a narrativa numa interessante aura de suspense, que nos permite múltiplas interpretações/especulações) e a discussão em torno dos consequentes assuntos inacabados é inevitável. <br />Onível de ansiedade que nos induz vai crescendo gradativamente, quer por os confrontos serem personificados por um elenco fabuloso (Gaspard Ulliel, Marion Cotillard, Léa Seydoux, Nathalie Baye e Vincent Cassel) que nos brinda com vigorosas interpretações (quase em duelos "face to face"), quer pela sensação de claustrofobia constante (o filme na generalidade decorre entre quatro paredes, pelo que a tensão, mesmo quando apenas latente, "nunca encontraespaço para se dissipar"). <br /> <br />E, como é seu apanágio, a banda sonora constitui-se como que uma "personagem" omnipresente. 
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Os tradutores

Rui

Que direito tem um tradutor de, imiscuindo-se nas intenções do realizador, traduzir "à memória de..." por "à adorada memória de..." ? <br /> <br />E já antes tinha omitido completamente a piadola sobre a trissomia, truncando brutalmente a fala da personagem de Cassel. <br /> <br />Razão tem o velho adágio "traduttore traditore"
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O fabuloso Dolan

Nelson Faria

O espectador médio gosta destes filmes. A família à volta da mesa, em reuniões prolongadas, em ocasiões de casamentos, funerais e outros acontecimentos relevantes. Foi assim em Demme ("O casamento de Raquel", 2008) e, também, em Wells ("Um quente Agosto", 2013). <br /> <br />Cinco actores fabulosos. O jovem Dolan (1989) sabe que o segredo são os actores e as relações que com eles estabelece. Dolan prova que está à altura dos melhores. <br /> <br />Cassel faz de "emmerdeur", mas é um "emmerdeur" racional, embora aparentemente colérico e intempestivo, que antecipa os acontecimentos e actua em conformidade. Baye refinou com a idade - uma extraordinária mãe de família. E Ulliel é convincente na personagem atormentada do escritor à beira do fim. <br /> <br />É notável que a personagem de Ulliel não chegue a declarar a sua provável morte próxima - todos os presentes acabam por o deduzir, impulsionados pelo comportamento do "emmerdeur" Cassel. O mérito é de Dolan que, como convincente "metteur em scène" explica ao espectador estas "nuances". <br /> <br />Um filme quase sem exteriores, teatro filmado. Vive dos actores, claro. <br /> <br />Esperam-se grandes coisas do jovem Dolan.
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