Pára-me de Repente o Pensamento

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Documentário 101 min 2014 M/6 07/05/2015 POR

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Sinopse

"Pára-me de repente o pensamento/Como que de repente refreado/Na doida correria em que levado/Ia em busca da paz, do esquecimento..." Assim começa o poema publicado em 1915 na revista "Orpheu", da autoria de Ângelo de Lima. Em 1894, o poeta e pintor foi internado no Centro Hospitalar Conde de Ferreira (Porto) com o diagnóstico de "delírio de perseguição". Para reencontrar a personagem para a sua peça de teatro, o actor Miguel Borges decide passar três semanas com os actuais pacientes do hospital. Durante esse tempo, partilha com eles as conversas, as refeições, as terapias, o café e os cigarros. O documentarista Jorge Pelicano ("Ainda Há Pastores" e "Pare, Escute, Olhe") pega na câmara e segue os seus passos, filmando 250 horas desse convívio e aprendizagem. A montagem final resultou num tratado de uma hora e meia sobre a loucura e a lucidez. PÚBLICO
 

Críticas Ípsilon

De são e de louco

Jorge Mourinha

Um documentário tanto mais interessante quanto olha “à altura de homem” para o seu tema

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Críticas dos leitores

Diferentes somos todos nós

J. A. Rodrigues

Vi o filme "Pára-me de Repente o Pensamento" e constatei a profunda reflexão a que o autor nos instiga a realizar. Para além de evidenciar o porquê da Saúde Mental e Psiquiátrica não poder continuar a ser o «parente pobre» no Ministério da Saúde, motivado por estigmatização preconceituosa, também faz transparecer o sofrimento real; a dor física de que estes doentes também padecem. Nesta perspectiva, ajuda, e muito, possuir «um outro olhar» sobre a(s) problemática(s) aqui abordada(s).
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Grande documentário

Mariana Stahl

Vão ver.
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4 estrelas

JOSÉ MIGUEL COSTA

“Pára-me de Repente o Pensamento” é uma espécie de "viagem" (e, quiçá, um tratado sobre a loucura e lucidez), sem rumo definido (sem guião, é um filme de intervenção mínima e de observação participada que se vai construindo perante os nossos olhos), ao Centro Hospitalar Conde Ferreira, um hospital psiquiátrico no Porto, maioritariamente "habitado" por esquizofrénicos (alguns deles a cumprir penas por crimes cometidos). E Jorge Pelicano, levando-nos à "boleia", consegue, sem recorrer a sensacionalismos/dramatizações ou ao "dourar da pílula", mostrar a humanidade, a inocência e o quotidiano destas pessoas que "não têm lugar" na sociedade (sendo que, grosso modo, como alguém refere, "tudo se resume a uma rotina: medicação, alimentação, café e tabaco"), fazendo-nos rir perante uma realidade dura e, simultaneamente, ficar, não poucas vezes, com um nó na garganta. Fá-lo, igualmente, sem ter quaisquer pretensões informativas ou panfletárias (abstendo-se de ajuizar sobre o "sistema"); sem invadir em demasia a privacidade e/ou beliscar a dignidade dos seus "habitantes"; fugindo aos estereótipos estigmatizantes que, por norma, lhes são associados; e, acima de tudo (e, talvez, o mais importante), trata-os como "iguais"/"humaniza-os" ao dar-lhes voz, escutá-los e "compreendê-los" E esta aparente "simplicidade de objectivos" não é (de todo) de fácil concretização, uma vez que filmar pessoas com estas características específicas levanta uma série de questões éticas e morais.
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Pára-me de Repente o Pensamento

J. Castro

Há muitos anos vi um documentário sobre Ângelo de Lima, por isso sei quem foi. Quanto ao Hospital do Conde Ferreira conheço bem porque estive lá internada durante um mês. "..a loucura e a lucidez" não sei o que querem dizer com isto. São os doentes que oscilam entre estes dois pontos? Ou os doentes estão do lado da loucura e o realizador está do lado da lucidez? Quem não esteve internado num hospital psiquiátrico não fica por dentro, isso apenas acontece aos doentes. Por favor livrem-se das expressões politicamente correctas: utentes, centro hospitalar e quejandas. Nós, os doentes mentais, somos pessoas iguais às outras o que muda é a forma de percepção do mundo que nos rodeia. Não somos "animais de circo".
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