O que é muito interessante neste filme é o que define as personagens, muito longe daquelas que preenchem normalmente este tipo de filmes. Não são personagens próximas da caricatura, esquemáticas e consequentemente pouco humanas. Aqui em “Dead man down” o casal que protagoniza está em perda, vivem num verdadeiro inferno em consequência de acontecimentos muito dramáticos do passado de cada um – ele, o assassinato da família; ela, um acidente de automóvel provocado por um bêbado que desfigurou – ambos procuram a vingança, e juntos vão tentar consegui-la e ao mesmo tempo preencher com a presença do outro o vazio da sua vida. <br />“Eu poderia aprender a amar-te” diz-lhe ela, mais ou menos assim; aqui não há romantismo, apenas uma necessidade de continuar em frente. Este é portanto um filme de acção, mas há algo da memória do film noir, personagens que impuseram a eles próprios uma espécie de marginalização, para poderem lidar à sua maneira com os seus demónios. Colin Farrell e Noomi Rapace estão muito bem na definição dessas personagens. <br />Niels Arden Oplev (que realizou os dois primeiros episódios da versão sueca de “Millennium” – de que gosto quase tanto quanto o filme de Fincher que conta a mesma história) é muito bom a conjugar o calvário dos dois personagens, a sua demanda vingativa, com a encenação das cenas de acção. Há um desespero tão grande naqueles personagens, uma solidão tão à flor da pele, que nos inunda uma ideia de urgência, não na conclusão das suas vinganças, mas se será possível alguma felicidade para os dois. <br />Uma boa surpresa, e um bom filme. <br />(em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.pt")

Referente ao filme de salientar o drama, mais que a ação que esperava. <br /><br />Drama que leva a ação de uma qualidade excelente duas personagem representadas numa performasse de topo em que o ressentimento habita, mas é a o lado humano que no final ganha. <br /><br />Um final um tanto inesperado para ambas as vinganças. Possivelmente o final mais real pois como é habito acontecer em Hollywood tudo é exagerado e nem sempre e fácil levar a vingança ate ao final. <br /><br />Cumprimentos Cinéfilas <br />Orlando Cardoso